Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Neves, José Mário d'Avila |
Orientador(a): |
Fonseca, Tania Mara Galli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/77923
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Resumo: |
Esta é uma tese que problematiza o trabalho na perspectiva da atividade a partir da articulação dos conceitos da Filosofia da Diferença com as formulações da Ergologia e da Clínica da Atividade. Por isso, tem um forte acento conceitual, mas que considera os conceitos não como abstrações ou generalizações e sim como ferramentas para pensar o trabalho. No plano metodológico, desenvolve duas importantes linhas de análise: uma, que leva à desnaturalização do “objeto trabalho” e examina o delineamento das forças que presidem a emergência do trabalho como uma produção da modernidade e, outra, que conduz à discussão do método cartográfico, através da problematização do plano das singularidades como a “escala” paradoxal a partir do qual esse método opera. A análise do trabalho na contemporaneidade permite identificar que a gestão capitalista encontra-se diante de um importante impasse: se, por um lado, o capital precisa investir na produção de subjetividade, como forma de intensificar a produção de valor do trabalho (produção de valor que depende de conhecimento, tecnologia, engajamento subjetivo e inventividade); por outro, esse investimento no incremento da potência de criação de valor traz consigo o risco da perda do domínio do capital sobre o trabalho. Na problematização desse impasse, vemos abrir-se “uma brecha” no discurso hegemônico no campo do trabalho (que ainda é taylorista), que dá a ver uma distinção até então invisível – distinção entre o trabalho prescrito e o trabalho realizado –, permitindo evidenciar uma “outra brecha” (a que existe entre o prescrito e o realizado): na qual emerge o conceito de atividade. A análise do trabalho na perspectiva da atividade propiciou um grande salto conceitual, ao possibilitar a consideração do plano do virtual, permitindo cartografar a dinâmica do processo de “composição” da atividade em um campo problemático de tensões constituído por dois planos: o dos “estratos” e o “Fora”. Nesse campo problemático de tensões, foi possível descrever o processo de agenciamento de singularidades através do qual pode emergir uma dimensão intermediária molecular, como um “espaço público” ou um “bloco de espaço-tempo rizomático”, que possibilita a instauração de uma regulação coletiva imanente e de um espaço de invenção no trabalho. Esta formulação conceitual permitiu evidenciar as duas formas polarizadas de gestão. Em um polo, uma gestão centrada em tecnologias disciplinares, atuando predominantemente como um obstáculo à instauração dessa dimensão intermediária molecular. No polo oposto, uma gestão que opera procurando constituir e dar consistência a essa dimensão intermediária molecular, na qual a regulação coletiva possibilita a emergência de um trabalho inventivo. A incorporação da noção de transversalidade, como a definição da operação que funda esta segunda forma de gestão, propiciou a formulação de uma concepção de gestão transversalizante, como uma política que propõe um processo que busca a criação de um espaço-tempo rizomático não confinado às segmentaridades determinadas pelos valores e pelos âmbitos de autoridade hegemônicos. |