Tecnologia e media óticos em Franz Kafka

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Santos, Thiago Benites dos
Orientador(a): Korfmann, Michael
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/25406
Resumo: Desviando das interpretações tradicionais da obra de Franz Kafka que a tratam sob o aspecto do labirinto, caos, absurdo e burocracia, este trabalho propõe analisar os influxos da tecnologia e media óticos tanto em seus textos biográficos quanto ficcionais. Referente à tecnologia, será trabalhado o aspecto da vida profissional de Kafka, que regularmente é visto unicamente dentro do contexto do trabalho burocrático no escritório da companhia seguradora. Essa parcialidade normalmente negligencia o fato de Kafka ter sido um perito em máquinas e ter como uma de suas principais funções a de fiscalizar os níveis de periculosidade em diversas fábricas. O pressuposto é que esse aspecto não deixou de se infiltrar em sua obra. No sentido das inovações emergentes da época, o trabalho se ocupa, além do aspecto das máquinas, também com as novas formas perceptivas geradas pela experiência urbana. No ponto de vista do trabalho essa experiência urbana se sedimenta nos textos de maneira fortemente visual. Tanto a experiência dos carros e bondes quanto do cinema e Kaiserpanorama geram uma escrita fortemente visual. Assim, se aborda uma possível influência provinda dos media óticos. Quanto a este aspecto se trabalha inicialmente o cinema já que Kafka deixou registros de visitas ao cinematógrafo em muitas de suas anotações, tanto em diários quanto em cartas. O trabalho mostra o quanto esse medium não figurava simplesmente como um divertimento secundário para o autor, mas sim que ele deixou de diversas formas traços em sua escrita. Tais traços são verificados tanto através de temas utilizados pelo cinema mudo quanto na aplicação de técnicas cinematográficas emprestadas à narrativa literária. O segundo medium ótico analisado é o Kaiserpanorama, dispositivo bastante popular no início do século XX, que através de um dispositivo binocular permite assistir uma sequência de fotografias estereoscópicas estáticas com efeito tridimensional. Em seus escritos Kafka deixou manifestações bastante entusiásticas a respeito desse aparelho. A intenção de aproximar a obra kafkiana desses dois media essencialmente tão divergentes entre si, aponta assim uma particularidade de seus textos, ou seja, uma oscilação entre elementos dinâmicos (cinematográficos) e estáticos (fotográficos).