Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Berquó, Thirzá Amaral |
Orientador(a): |
Marshall, Francisco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/189991
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Resumo: |
A presente dissertação trata da iconologia da heroína Atalanta, a fim de examinar as relações entre o fenômeno cultural do heroismo e a noção de gênero na Grécia antiga tal como expressas na pintura de vasos produzida em Atenas entre os séculos VI - IV A. E. C. Para tanto, foi analisado um corpus de 42 vasos de fabricação ática com a utilização do método iconológico de Panofsky, acompanhado de um estudo de pathosformel e de comparação sincrônica e diacrônica entre os exemplares. O foco do trabalho foram as mudanças iconográficas e iconológicas da figura de Atalanta, principahnente quanto à sua representação corporal, como expressões de modificações na cultura ateniense. Verificou-se a existência de uma dicotomia entre a Atalanta arcaica e a Atalanta dássica. No período arcaico (século VI A. E. C.), a iconografia e a iconologia de Atalanta foram fortemente calcadas no seu mito, especialmente nos episódios da Caçada do Javali Calidônio e da competição c om Peleu nos Jogos Funerários do Rei Pelias. Suas pathosformeln são ativas e agressivas. Seu corpo foi representado anatomicamente de forma virilizada na maioria dos exemplares. Tais peculiaridades estão vinculadas ao fato de que as atividades míticas de Atalanta giram em torno de atividades consideradas masculinas na Grécia antiga. No período clássico (séculos V - IV A. E. C.), a iconografia de Atalanta voltou-se para as suas relações com Peleu e com Meléagro e a iconologia afastou-se dos episódios miticos e se centrou no mundo erótico e afrodisíaco. Suas pathosformeln são passivas. Seu corpo foi representado anatomicamente de forma feminina na maior parte dos exemplares. Essa inversão iconográfica e iconológica decorre de um processo macro-histórico, que remonta à Idade do Bronze, de perda de proeminência das figuras fenllninas, acentuado, em Atenas, durante o período clássico . Esse processo culminou em uma ideologia ática que ligou o feminino ao espaço interno e às atividades domésticas, o que acarretou uma mudança semiológica na figura de Atalanta, tornando-a mais feminina e colocando em destaque a especulação sobre o mundo de Eros e Afrodite. |