Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Furlanetto, Marina de Almeida |
Orientador(a): |
Silla, Lucia Mariano da Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/139791
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Resumo: |
Introdução: O Transplante Alogênico de Célula Tronco Hematopoiética (TCTH alogênico) é um procedimento de alto potencial curativo para a Leucemia Mielóide Aguda (LMA), principalmente pelo efeito “graft versus leukemia” (GVL), que leva a redução do risco de recaída. Atualmente, os pacientes com LMA de risco intermediário são submetidos ao procedimento caso possuam doador aparentado. Pacientes sem doador aparentado disponível são submetidos a tratamento de consolidação com quimioterapia, com maior chance de recaída da doença. Acredita-se que os pacientes submetidos ao TCTH tenham maiores sobrevida global e livre de doença, a despeito das altas taxas de morbimortalidade. A classificação de risco é extremamente importante para escolha terapêutica pós remissão. Assim, a realização da pesquisa de marcadores moleculares, para refinar a estratificação prognóstica, tem importância especial no grupo de risco intermediário, complementando a avaliação citogenética, e auxiliando na decisão terapêutica, sendo cada vez mais necessária, apesar de não disponível em todos os centros. Material e métodos: Foram avaliados os pacientes com LMA de risco intermediário em primeira Remissão Completa (1RC) do Serviço de Hematologia e TCTH do Hospital de Clínicas de Porto Alegre do período de 01 de abril de 1999 a 01 de outubro de 2014, com pelo menos 1 ano de seguimento após o tratamento, através de revisão de prontuários. Os dados foram dispostos no programa Excel e posteriormente exportados para o programa SPSS v. 18.0 para análise estatística. Resultados: Foram avaliados 69 pacientes, sendo 45 pacientes submetidos a consolidação com quimioterapia (“QT”) e 24 submetidos a TCTH Alogênico (“TCTH Alogênico”). A média de idade do grupo “QT” foi de 47,8 anos e do grupo “TCTH Alogênico” foi de 35,5 anos, com diferença estatisticamente significativa (P<0,001). Não houve diferença na distribuição entre o sexo. A mediana de tempo de seguimento do grupo “QT” foi de 1,1 anos (intervalo interquartil de 0,4 a 2,5 ) e no grupo “TCTH Alogênico” foi de 2,7 anos (intervalo interquartil de 0,4 a 5,5), sem diferença estatisticamente significativa na distribuição dos tempos de seguimento entre os grupos (P=0,236). A sobrevida do grupo “QT” em 12 meses foi de 52,3% e no grupo “TCTH Alogênico” foi de 62,5%. Aos 24 meses, a sobrevida do grupo “QT” foi de 31,7% e no grupo “TCTH Alogênico” foi de 58,3% e em 5 anos de 21,1% e 53,8%, respectivamente. O teste do Long-Rank aponta uma diferença estatisticamente significativa nas sobrevidas entre os grupos após 5 anos, com Hazard Ratio (HR) para óbito de 2,2 (IC 95%: 1,1-4,2), P=0,027, porém ao ajustarmos a relação pela idade esta associação perde significância estatística (HR:1,6 IC95%:1 - 1,1; P=0,246) Discussão: Os dados evidenciaram melhor sobrevida no grupo submetido à TCTH alogênico, porém o grupo submetido ao procedimento apresentava média de idade menor. No entanto, apesar da perda da significância estatística, o HR corrigido para idade permanece maior para o grupo sem TCTH, o que pode dever-se ao “n” pequeno da amostra. Identificar quais pacientes terão benefício com TCTH torna-se cada vez mais um desafio. O uso de marcadores moleculares são importantes no refinamento da estratificação de risco do grupo de risco intermediário, podendo auxiliar nessa decisão. Além disso, com o advento da possibilidade de condicionamentos não mieloablativos como alternativa aos pacientes mais velhos e com escore de comorbidades pior e a melhor terapia de suporte, talvez possamos ser menos conservadores na indicação desse procedimento, identificando assim aqueles que poderão obter melhores resultados no tratamento de uma doença tão agressiva e grave. |