Papel da testosterona e da epitestosterona na regulação hormonal do processo de maturação testicular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rosa, Luciana Abreu da
Orientador(a): Loss, Eloisa da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/220367
Resumo: A testosterona e seu 17-α epímero, a epitestosterona, apresentam um efeito não clássico/rápido com a ativação de cascatas de sinalização intracelulares, além de seus efeitos clássicos/lentos sobre o receptor intracelular de andrógenos (iAR). As ações destes andrógenos têm papel fundamental sobre os fatores que desencadeiam as alterações da fase proliferativa para a fase de maturação das células de Sertoli. Este processo é essencial para o sucesso da espermatogênese e fertilidade normal no adulto. O objetivo deste trabalho é investigar as diferenças entre os efeitos da testosterona e da epitestosterona em ratos Wistar normais e quimicamente castrados. O efeito destes hormônios também foi testado durante a inibição das vias dependentes de iAR, na presença do antiandrógeno, flutamida. Os ratos foram castrados quimicamente no 5º dia pós-natal (dpn) com a aplicação de EDS (Etano-1,2-dimetilsulfonato), um agente citotóxico que promove a apoptose das células de Leydig, reduzindo os níveis dos andrógenos. Após, os animais receberam reposição com testosterona ou epitestosterona e foram tratados ou não com flutamida, do 6º dpn até o 13º ou 20º dpn e, posteriormente eutanasiados no final da fase proliferativa, no 14º e na fase de maturação, no 21º dpn. Os animais tratados com epitestosterona e flutamida apresentaram menor crescimento corporal. O peso do epidídimo também foi reduzido nos animais tratados com epitestosterona e flutamida. Somente o tratamento com flutamida diminuiu o peso do epidídimo nas duas idades testadas (14º e 21º dpn). O peso testicular e a razão entre o peso testicular e o peso corporal foram reduzidos nos animais castrados, assim como a flutamida reduziu este peso nos animais que receberam reposição com testosterona. A administração de EDS provocou redução nos níveis de RNAm tanto do AMH (hormônio anti-Mülleriano) como de seu receptor AMHR2, nos animais no 14º dpn. Nos testículos de animais tratados com flutamida, a epitestosterona reduziu o AMH e tanto a reposição com testosterona como com epitestosterona diminuíram a expressão do RNAm de AMH2 no 14º dpn. A castração com EDS diminuiu a expressão do iAR e a reposição com os andrógenos não modificou este efeito nos testículos dos ratos no 21º dpn. Entre os ratos tratados com flutamida, somente os que receberam reposição de testosterona e epitestosterona tiveram a expressão do iAR reduzida. Foi observado um aumento da expressão da conexina-43 nos animais tratados com epitestosterona sem flutamida, enquanto, em ratos tratados com flutamida, os dois hormônios não foram efetivos em produzir um aumento da expressão da conexina-43 reduzida pelo EDS. Nossos resultados sugerem que a epitestosterona apresenta um efeito antiandrogênico sobre os tecidos que são sensíveis aos andrógenos, como o epidídimo. Entretanto, os efeitos da testosterona e da epitestosterona nos parâmetros de desenvolvimento testiculares apesar de semelhantes podem ser mediados por mecanismos distintos. O peso testicular, a expressão do AMH, e o conteúdo proteico do iAR foram regulados pelo mecanismo de ação não clássico independente do iAR. A expressão do AMHR2 e o conteúdo proteico do AMHR2 e da Cx43 foram modulados pelo mecanismo de ação clássico ou não clássico dependente de iAR. O AMH parece modular o balanço da ação da testosterona e da epitestosterona, essencial para o desenvolvimento e a maturação testicular.