Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Roseno, Danillo Alencar |
Orientador(a): |
Dal Pizzol, Tatiane da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/282384
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Resumo: |
Introdução: A segurança no uso de medicamentos é uma preocupação constante ao longo de toda a vida, intensificando-se em períodos fisiológicos particulares, como a gravidez e a lactação, quando a saúde de dois indivíduos está interligada. A amamentação, em especial, exige cuidados redobrados, uma vez que o medicamento usado pela mãe pode afetar diretamente o lactente. Informações insuficientes ou incompletas nas bulas podem dificultar a tomada de decisões, enquanto o uso de linguagem técnica pode comprometer a compreensão e aumentar o risco de não adesão ao tratamento. A análise da leiturabilidade e a verificação da concordância do conteúdo das bulas com as evidências científicas são essenciais para identificar lacunas e propor melhorias que assegurem a segurança e a eficácia do tratamento. Objetivos: Avaliar bulas de medicamentos comercializados no Brasil quanto ao conteúdo e leiturabilidade. Métodos: Esta tese foi dividida em duas partes para a avaliação das bulas. A primeira parte avaliou a leiturabilidade das bulas dos medicamentos mais consumidos no Brasil. As bulas foram coletadas no bulário da ANVISA, convertidas para um formato editável e processadas para a remoção de elementos visuais que poderiam interferir na análise. Foram aplicadas métricas como diversidade lexical, simplicidade textual, Índice de Brunet, Dall Chale adaptada, Índice de Flesch, Gunning Fog e estatística Honoré através da ferramenta computacional NILC-Metrix, além de índices como Flesch-Kincaid, Nebulosidade de Gunning, Legibilidade Automatizado e Coleman-Liau pela ferramenta ALT. A segunda parte se concentrou na concordância do conteúdo das bulas com as evidências científicas, selecionando medicamentos para dispepsia e constipação de acordo com a classificação da Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e o registro ativo no Brasil. A presença de contraindicações nas bulas dos profissionais de saúde e dos pacientes foi comparada com informações de fontes como o Manual do Ministério da Saúde, LactMed, UptoDate, Micromedex, Sociedade Brasileira de Pediatria e Reprotox. Resultados: No primeiro artigo, foram analisadas as bulas de 53 medicamentos, abrangendo 19 princípios ativos em várias formulações. Entre os princípios ativos, 49,05% correspondia a analgésicos. A leiturabilidade das bulas, usando o NILC-Metrix, mostrou que a seção 7 ("Como devo usar este medicamento?") foi a mais simples, enquanto a seção 2 ("Como este medicamento funciona?") apresentou maior complexidade lexical. Ao analisar analgésicos, padrões semelhantes foram observados. A seção 8 ("Quais os males que este medicamento pode me causar?"), avaliada pelo ALT, destacou-se pela maior dificuldade de leitura, tendência confirmada também nos analgésicos. No segundo estudo, observou-se que 20,0% e 24,3% das bulas de medicamentos para dispepsia e constipação, respectivamente, não traziam qualquer informação sobre o uso durante a amamentação. A concordância entre as bulas de medicamentos para dispepsia e as fontes consultadas foi baixa, com 27,2% das bulas contraindicando o uso na lactação, enquanto as fontes variaram de 0% a 8,3%. Para constipação, 26,3% das bulas apresentavam contraindicações, comparado a 0% a 4,8% nas fontes. Conclusão: O estudo revelou que cerca de duas em cada dez bulas para dispepsia e constipação não fornecem informações adequadas sobre o uso desses medicamentos em lactantes, evidenciando uma baixa concordância entre o conteúdo das bulas e as fontes de referência quanto à compatibilidade dos medicamentos com a amamentação. Em relação as análises de leiturabilidade, concluímos que as bulas dos medicamentos mais consumidos no Brasil apresentam um nível de leiturabilidade elevado, inacessível para grande parte da população. Isso sublinha a urgência de revisar as normas vigentes, propondo critérios mais rigorosos para garantir textos mais claros e acessíveis, favorecendo a compreensão e adesão ao tratamento por parte dos pacientes. |