Excesso de peso e estatura no Brasil : tendência secular e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ghiouleas, Aline
Orientador(a): Schmidt, Maria Inês
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/98473
Resumo: Principalmente desde a década de 70 o Brasil vem conquistando grandes avanços sociais, econômicos e de saúde. Mudança nos padrões do estado nutricional e das doenças, caracterizada pela queda nos índices de desnutrição e de doenças infecto contagiosas para aumento nos níveis de excesso de peso e de doenças crônicas relacionadas à alimentação e estilo de vida, identifica a transição epidemiológica e nutricional. Esses avanços estão permitindo a livre expressão do potencial genético de crescimento da população. O objetivo desta tese é descrever a evolução temporal do estado nutricional e da estatura na população brasileira. A evolução do sobrepeso, obesidade e circunferência da cintura foi feita apenas para a população jovem masculina. A evolução da estatura foi descrita na população masculina e feminina. Para a descrição do estado nutricional foi utilizada uma base de dados militar com informações de conscritos alistados entre os anos 1995 e 2007. A evolução da estatura foi descrita a partir de uma base de dados militar e também através de pesquisas populacionais com abragência nacional realizadas entre 1975 e 2009. Verificou-se um aumento nas prevalências de sobrepeso, obesidade e circunferência da cintura ≥ a 90 cm em homens de todas as regiões brasileiras. Em 13 anos o número de jovens com circunferência da cintura ≥ a 90 cm mais que dobrou (6,1% em 1995; 12,7% em 2007). A prevalência de sobrepeso passou de 10,5% para 13,2% e a de obesidade aumentou de 1,8% para 3,2%. Em relação à estatura foi verificada uma tendência positiva de aumento na população brasileira masculina e feminina, estimada através do coeficiente de regressão, de 0,14 cm/ano, ajustado para região e sexo. O aumento médio real foi de 4,8 cm na mediana de estatura dos homens e de 4,3 cm na estatura mediana das mulheres. Este incremento foi mais visível a partir de 1989, principalmente no sexo feminino. As maiores medianas foram verificadas nas regiões Sul e Sudeste e as menores, nas regiões Norte e Nordeste durante todo o período, no entanto a diferença de estatura entre essas regiões foi diminuindo ao longo dos anos. De acordo com o banco de dados de conscritos militares o crescimento, entre 1995 e 2007, foi de 2,5 cm, o coeficiente de regressão estimado foi de 0,17 cm ao ano. Concluindo, o Brasil vem seguindo a tendência mundialmente observada de aumento nos índices de excesso de peso e tendência positiva de aumento da estatura. Se por um lado melhorias nas condições de saúde e nutrição permitiram que a população brasileira apresentasse incrementos importantes na estatura, por outro, mudanças nos padrões alimentares e de estilo de vida, permitidas por este progresso, levaram a acréscimos nos índices de sobrepeso e obesidade.