O Sertão em travessia : interpretação paleogeográfica da desertificação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Travassos, Ibrahim Soares
Orientador(a): Suertegaray, Dirce Maria Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193732
Resumo: Esta tese versa sobre a interpretação dos processos de desertificação sob óptica da ciência geomorfológica, e, por derivação da utilização de técnicas de reconstrução paleoambiental, contribuindo para o deciframento genético de ambientes quaternários pouco estudados no interior do Semiárido nordestino. Oficialmente conceituada a nível internacional, no documento da ONU, Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, 1994, p. 14) como um fenômeno "[...] provocado pela degradação dos solos nas áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de diversos fatores, indo estes das variações climáticas às atividades humanas". Enquanto temática a desertificação vem sendo discutida a mais de quatro décadas. Há uma clarividente falta de consenso entre os pesquisadores quanto às formas de análise desse fenômeno. Historicamente seus aspectos centrais foram sendo sistematicamente apropriados pelas diversas áreas do saber, até porque estamos diante de uma problemática ainda repleta de imprecisões e dúvidas, as quais acabam por fomentar hesitação e timidez durante toda a trajetória de nossa busca. A premissa fundamental da tese, em toda sua modéstia, é a construção de um postulado analítico que se distancie do modelo hegemônico do conhecimento cientifico desenvolvido pelos estudos sobre a desertificação no Brasil. Buscamos desenvolver uma investigação de fora do objeto da ciência, ou seja, uma concepção que seja simultaneamente ponto de partida para apresentação de um sistema descritivo e interpretativo dos processos de desertificação, onde tanto a descrição como a interpretação são indivisíveis. Na presente tese, a temática da desertificação é abordada a partir de um viés geográfico, associando-o à sua dimensão espacial e temporal. Para análise e interpretação dos dados, foi necessária uma aproximação teórica com os trabalhos produzidos sobre a temática, muitos destes externos à Geografia. O conjunto de técnicas utilizadas foram: trabalhos de campo, análise sedimentológica, datação por LOE, análise fitólica e análise morfoscópica. O conjunto de reflexões desenvolvidas ao longo da pesquisa permitiram a formulação da tese que a desertificação não tem qualquer ligação com os condicionantes genéticos do ambiente do Sertão paraibano e com as mudanças climáticas ocorridas ao longo do Quaternário.