Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Martins, Eliane de Moura |
Orientador(a): |
Almeida, Marilis Lemos de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/215253
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Resumo: |
Essa tese trata das transformações da identidade dos trabalhadores metalúrgicos, recortada por uma abordagem geracional, desde trabalhadores dos anos de 1970 até a atualidade, inseridos na região metropolitana de Porto Alegre. O objetivo é compreender o conteúdo e as implicações das transformações da estrutura e das relações de produção fabril nos mecanismos de socialização dos indivíduos, e como isso afeta suas formas de identificação em relação ao trabalho. Para isso, buscou-se dar voz aos sujeitos afetados por esse processo, através das narrativas de vida profissional de 24 homens e cinco mulheres, entre 28 e 75 anos. A análise teórica da biografia dos indivíduos baseou-se na categoria da socialização, chave da produção de identidades, por exigir o aprendizado de regras de conduta, valores e significados comuns a um determinado grupo. Trata-se de uma socialização no trabalho industrial, contextualizado em suas mudanças estruturais em torno do arcabouço da flexibilização, das formas produtivas em suas consequências no desemprego, terceirizações, desregulamentações das proteções e leis trabalhistas e nas relações sociais nos espaços produtivos. Essas relações anteriormente estavam baseadas na estabilidade no tempo e no espaço, produtoras e proporcionadoras da formação de vínculos e de pertencimento coletivo em torno de uma identidade comum. Agora elas se alteraram para relações de caráter instáveis e superficiais. Constatou-se que, quando a identidade nomeada por um nós peão, nós trabalhador se legitimava ao longo da década de 1980, mesmo com lacunas e contradições, a empresa flexível abria um sofisticado campo de disputas pela identificação dos trabalhadores. Desde os anos de 1990, sob a lógica da instabilidade, do medo da demissão, sem as porosidades de tempo e espaço para trocas sociais, sob intenso ritmo produtivo, os trabalhadores são tensionados a associarem uma possível identidade evolutiva de sucesso no trabalho ao sucesso da empresa. Resulta no interior desse quadro de tensões a identidade operária clássica, ignorada; a identidade de trabalhador, deslegitimada e a de colaborador, imposta. É possível extrair dessa síntese uma discussão em torno de que nenhuma destas identidades está legitimada perante uma maioria de metalúrgicos, embora as duas últimas estão no centro do embate. Por outro lado, há brechas nesse cenário para pensar a formulação de novos espaços de socialização para (re)construir a identidade dos trabalhadores. |