O meu biso passou pro vô, o vô passou pro pai e no caso o pai passaria pra nós : a sucessão rural e a saúde mental de jovens no processo sucessório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Godoy, Luthiane Pisoni
Orientador(a): Riquinho, Deise Lisboa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213846
Resumo: Esta pesquisa se propõe a compreender as concepções sobre a sucessão familiar de jovens que vivem no meio rural e os fatores de sofrimento mental que esse processo envolve, na região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul. O tema da juventude no meio rural é muito discutido, porém, se percebe uma evidência maior em temas econômicos e propriedade de terras. Esta pesquisa buscou direcionar o olhar sobre as motivações de sair ou ficar no campo, discutir questões relacionadas às vivências e desempenho de papéis dos jovens no processo de sucessão familiar, compreendendo as semelhanças, diferenças e transversalidades que perpassam a vida dos jovens que se encontram nesse processo. Esse contexto, aliado às questões decisórias, de relações sociais e familiares, pode acarretar em sofrimento mental tanto para os jovens como para os familiares que permanecerão no rural. A pesquisa caracterizou-se como qualitativa, do tipo exploratória. Este modo de pesquisa refere-se à compreensão do acontecimento a ser pesquisado, preocupa-se com a dinâmica das relações sociais e com significações, crenças, valores, sentimentos, motivações e atitudes, itens correspondentes a um nível profundo das relações, dos fenômenos e de seus processos. O local de estudo foram as cidades de Porto Mauá, Horizontina e Tuparendi. A população em estudo foi composta de jovens de 15 a 24 anos, entrevistaram-se 28 jovens por amostragem intencional. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, sendo a análise de conteúdo do tipo temática. Os resultados foram analisados teoricamente sob a luz da teoria do Psicodrama, linha teórica da Psicologia. As categorias evidenciadas foram: a) Modos de vida: atividades, rotina e influência; b) Sucessão familiar; c) Sentimentos sobre a decisão de ficar ou sair e; d) Os papéis femininos envolvidos na sucessão. Os resultados obtidos geraram algumas provocações e conclusões, primeiro, que o entendimento sobre sucessão auxilia a entender o processo e como passar por ele. Também, compreendeu-se que o diálogo e a possibilidade de abertura da família contribuem para a saúde mental dos jovens. Junto a isto, observou-se que, a matriz de identidade e sociocultural possui grande influência nas decisões a serem tomadas pelos jovens. E, que o desenvolvimento rural precisa dedicar olhares às famílias e saúde mental dos jovens sucessores. Ficou evidente no estudo que poucos jovens possuem espaço para falar de seus sentimentos sobre a sucessão com os pais. Assim, esta pesquisa permitiu apresentar um novo olhar sobre a sucessão familiar. Destacando a discussão de um tema como a saúde mental dentro do desenvolvimento rural como pertinente. A sucessão familiar diz de, principalmente, relação familiar, abertura de vias de diálogo e discussão, expressão de sentimentos, assim sendo, de saúde mental. Conclui-se, destacando a importância da incorporação de um olhar bipsicossocial, para ampliar a visão da sucessão familiar e do momento de decisão do jovem do campo.