Tendência das taxas de mortalidade infantil e de seus fatores de risco : um estudo de série temporal no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Hernandez, Alessandra Rivero
Orientador(a): Goldani, Marcelo Zubaran
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/30975
Resumo: Nas últimas décadas, tem-se observado uma redução expressiva das taxas de mortalidade infantil no Brasil e no mundo. Vários fatores contribuíram para essa redução, tais como melhoria das condições socioeconômicas e assistenciais. O objetivo deste estudo foi investigar as tendências seculares das taxas de mortalidade infantil e avaliar os fatores que contribuíram para a sua modificação ao longo de uma série temporal em Porto Alegre, uma cidade desenvolvida de porte médio, que é a capital do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Este é um estudo baseado nas informações do registro de nascidos vivos e dos óbitos infantis no período de 1996 a 2008 obtidos, respectivamente, pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foi analisada a tendência temporal do número de nascimentos e das taxas de mortalidade infantil, neonatal e pós-neonatal, geral e de acordo com as variáveis presentes no SINASC (escolaridade materna; idade materna; número de filhos vivos e de filhos mortos; número de consultas de pré-natal; tipo de parto; tipo de hospital; idade gestacional; peso de nascimento e sexo do recém-nascido). O percentual de mudança anual, com intervalo de confiança de 95%, foi calculado mediante regressão linear, utilizando o logaritmo das taxas de mortalidade. Foi utilizada regressão sequencial de Poisson para estimar a influência da condição socioeconômica, das variáveis assistenciais, das variáveis maternas e das variáveis do recém-nascido nas tendências das taxas de mortalidade infantil, neonatal e pós-neonatal no período. Durante o período analisado, ocorreram 265.242 nascimentos. As taxas de mortalidade infantil, neonatal e pós-neonatal apresentaram uma tendência de diminuição significativa, respectivamente de 15,8/1.000 nascidos vivos em 1996 para 9,1/1.000 nascidos vivos em 2008 (3,7% ao ano; P<0, 001), de 8,7 para 5,9 (3,5% ao ano; P<0,001) e de 7,1 para 3,0 (4,1% ao ano; P<0,001). A redução da taxa de mortalidade infantil para os nascidos de mães com menos de oito anos de escolaridade ocorreu em função da redução da taxa de mortalidade neonatal (2,5% ao ano; P=0,026) e para os nascidos de mães com oito a onze anos de escolaridade, em função da redução da taxa de mortalidade pósneonatal (3,3% ao ano; P=0,004). Entre os nascidos de mães com doze anos ou mais anos de escolaridade, não houve alterações significativas das taxas de mortalidade infantil. As modificações nas variáveis maternas (biológicas e sociais) apresentaram maior impacto para a tendência de redução das taxas de mortalidade no período, seguidas das assistenciais (RR=0,979; IC95%=0,969 a 0,989; P<0,001). O aumento do nível de escolaridade materna foi o fator com maior efeito para o declínio das taxas de mortalidade infantil (RR=0,981; IC95%=0,971 a 0,990; P<0,001). Por outro lado, as variáveis dos recém-nascidos, principalmente devido à tendência de aumento das taxas de baixo peso ao nascer, apresentaram um efeito negativo, desacelerando a tendência de redução da mortalidade em Porto Alegre (RR=0,955; IC95%=0,946 a 0,963; P<0,001).