Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Bonato, Karine Orlandi |
Orientador(a): |
Fialho, Clarice Bernhardt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/141809
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi determinar a composição da ictiofauna de riachos da sub-bacia do Alto Jacuí, região centro-norte do Rio Grande do Sul, bem como descrever e compreender as relações que permeiam a biologia alimentar de espécies de Siluriformes e de Characidae nestes mesmos riachos. As coletas foram realizadas bimensalmente de julho de 2012 a junho de 2013, através da técnica de pesca elétrica em 10 riachos. Um total de 13.247 indivíduos foram coletados, pertencentes a 42 espécies, 10 famílias e seis ordens, das quais as que mais contribuíram foram Characiformes (36%), Cichliformes (24%) e Siluriformes (14%), com 15, dez e seis espécies respectivamente. Nós reportamos o primeiro registro de Phalloceros spiloura para o sistema da Laguna dos Patos e cinco espécies ficaram ao nível de gênero devido ao fato de se tratarem de novas espécies e estão sendo revisadas e descritas. O conteúdo estomacal de 1.948 indivíduos, pertencentes a três espécies (Heptapterus sp., Rhamdia quelen e Trichomycterus poikilos) foram analisados pelo método volumétrico, sendo 59 itens alimentares identificados. Em geral, Heptapterus sp. consumiu uma alta proporção de Aegla sp., restos de plantas terrestres e Megaloptera; R. quelen consumiu peixe e Oligochaeta, seguido de Aegla sp.; enquanto a dieta de T. poikilos foi baseada em Simuliidae, Ephemeroptera e Trichoptera. A segregação alimentar das espécies, bem como do fator espécie mais classe de tamanho, foram observadas. Os valores de amplitude de nicho foram altos para todas as espécies, e somente foram baixos para os maiores tamanhos de R. quelen e Heptapterus sp. No geral, as espécies mostraram baixos valores de sobreposição de nicho, e houve uma grande frequência de sobreposição alta e intermediária para as menores classes de tamanho. O modelo nulo confirmou a partição de nicho entre as espécies e uma partilha de recursos quando analisado espécie mais classe de tamanho. Posteriormente, 1.525 estômagos de 11 espécies de Characidae foram analisados. Observou-se uma diferença significativa entre a dieta dessas espécies, com plantas terrestres e aquáticas, restos de insetos terrestres e aquáticos e adultos de Hymenoptera, mostrando-se os itens mais importantes para esta diferenciação. As análises mostraram que os padrões de alimentação estão associados as características morfológicas. A posição subterminal da boca se correlacionou com a ingestão de itens bentônicos (insetos aquáticos e matéria orgânica); boca grande permitiu a ingestão de itens mais robustos como Aegla sp. e peixes; espécies com menor variação de dentes ao longo da série externa do prémaxilar consumiram elevada proporção de plantas e insetos terrestres, assim como as espécies que apresentaram menor número de dentes na maxila. O hábito insetívoro aquático foi observado nos indivíduos com números intermediários e altos de cúspides nos dentes do maxilar. Buscando compreender a coexistência de quatro espécies sintópicas de Characidae, nós calculamos a sobreposição de nicho das espécies por período amostral e para avaliar a importância destes itens alimentares como fontes de nutrientes nós usamos análises de isótopos de carbono (13C) e nitrogênio (14N) para estimar a assimilação relativa. Todos os Characidae consumiram grandes proporções de plantas e insetos aquáticos. As espécies apresentaram baixa sopreposição na maioria dos períodos amostrados. Também, houve uma alta correspondência entre a análise do conteúdo estomacal e o resultado da análise isotópica. Astyanax xiru e Astyanax procerus assimilaram grandes frações de invertebrados terrestres e plantas aquáticas. Bryconamericus iheringi assimilou principalmente invertebrados aquáticos e secundariamente algas, enquanto Bryconamericus sp. assimilou principalmente invertebrados aquáticos e terrestres. Assim, nós demonstramos que as espécies congenéricas têm dietas mais similares, mas que estas quatro espécies de Characidar coexistem por partição de recursos, e que a assimilação de nutrientes dessas espécies coincide com o consumo relativo dos itens alimentares ingeridos. |