Atenção, interações com "smartphones" e sua expressão em um simulador de direção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Marcelo Rossoni da
Orientador(a): Pechansky, Flavio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235954
Resumo: A distração no trânsito tem ocupado cada vez maior espaço na proporção de colisões no mundo, sendo o uso de celular na direção o principal comportamento relacionado à distração no trânsito. Condutores que utilizam celulares enquanto dirigem têm cerca de 4 vezes mais chance de estarem envolvidos em uma colisão. O uso de um telefone ao dirigir diminui o tempo de reação da frenagem e a reação aos sinais de trânsito. Além disso dificulta que o condutor mantenha o carro na pista correta e guarde as distâncias de segurança. Sabe-se que o recurso de ligação por viva-voz nos veículos não estabelece uma relação segura na condução, e que o uso de telefones com as mãos para ler e digitar mensagens de texto durante a direção aumenta consideravelmente o risco de uma colisão. Devido à grande diversidade de metodologias utilizadas nos estudos que medem o impacto do uso de celular na direção, não há um consenso na relação entre o impacto de diferentes tipos de utilizações pelo mesmo motorista. O fator principal para essa dificuldade é o avanço das tecnologias e sua disseminação na população que conduz veículos. No Brasil, os smartphones estão presentes há aproximadamente uma década, mas nos últimos 5 anos o número de smartphones já supera o da população. Smartphones hoje possibilitam que o motorista - mesmo proibido de utilizá-lo - execute inúmeras tarefas diferentes no trânsito. Para examinar esse impacto, estudos utilizam ambientes naturalísticos ou simulados; em paralelo, os simuladores evoluíram muito nas últimas décadas. No entanto, a avaliação da atenção dos motoristas brasileiros ainda é muito conservadora e ultrapassada; e é apresentada com muita heterogeneidade nos estudos científicos, mensurada apenas através de testes de atenção aplicados em papel. Esta dissertação de mestrado investigou o impacto de interações por mensagens de áudio e texto no aplicativo WhatsAppⓇ na condução de veículos em um simulador de direção. Além disso, também explorou a relação de diferentes medidas de atenção basal desses motoristas comparando testes brasileiros utilizados em papel com um teste de atenção computacional utilizado internacionalmente. Essa dissertação é composta por dois artigos. O artigo 1 ilustra a relação das diferentes interações entre o celular e as medidas de velocidade e desvio padrão da movimentação lateral na pista. Já o artigo 2 apresenta a comparação das correlações de 5 medidas de atenção aferidas por testes brasileiros, e algumas medidas de um teste computacional de atenção com relação às intervenções de interação com o smartphone e as medidas de velocidade e desvio padrão da movimentação lateral na pista. Pode-se concluir que jovens motoristas brasileiros apresentam maior desvio padrão da movimentação lateral na pista e menor velocidade quando estão dirigindo e utilizando o celular, principalmente para tarefas de texto e em situações que demandam maior atenção como, presença de tráfego, capacidade de reação a uma situação inesperada ou em uma curva. Nas mensagens de áudio, o risco apresentado é menor, mas ainda existe. Ademais, várias medidas do teste computadorizado CPT3 apresentaram correlação com alterações nas medidas do simulador, podendo este ser uma boa escolha para a avaliação de motoristas. Estudos com outras faixas etárias e outros testes computadorizados de atenção são necessários para melhor generalização dos resultados.