Atividade de peptídeos antimicrobianos contra protozoários patogênicos clinicamente relevantes : busca por novos compostos para tricomoníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Hagemann, Corina Lobato
Orientador(a): Tasca, Tiana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/266911
Resumo: A tricomoníase é a infecção sexualmente transmissível não-viral mais comum no mundo e seu agente etiológico é o protozoário Trichomonas vaginalis. Cerca de 70% dos indivíduos infectados pelo parasito são assintomáticos, tornando a doença subdiagnosticada e de alta disseminação. Estudos já demonstraram correlação entre T. vaginalis e aumento do risco de câncer de colo do útero e de próstata, além da predisposição à aquisição e transmissão do vírus HIV. O tratamento é realizado com fármacos da classe dos 5-nitroimidazóis, porém já foram reportados casos de resistência a esses medicamentos (2,5%-10%). Peptídeos antimicrobianos são moléculas de proteína produzidas por diversos organismos, cuja função é proteger seu hospedeiro contra patógenos. Já foi demonstrado que a maioria possui mecanismo de ação em membranas celulares através de interações eletrostáticas, o que os torna moléculas com baixa probabilidade de gerar resistência e, portanto, com potencial para o uso contra microrganismos. Baseado nisso, neste estudo fizemos uma triagem de 40 peptídeos sintéticos inspirados na natureza contra T. vaginalis. Três peptídeos, FB5, FB7 e FB8 mostraram atividade potente e seletiva contra o isolado da American Type Culture Collection (ATCC30236), com IC50 de 0,65 uM, 1,5 uM e 0,6 uM, respectivamente. O ensaio de citotoxicidade in vitro utilizando linhagem de células epiteliais vaginais humanas (HMVII) revelou baixo efeito citotóxico dos três peptídeos, bem como o teste de hemólise com eritrócitos humanos. O peptídeo FB5 foi o mais promissor, portanto foi escolhido para os experimentos subsequentes e apresentou sinergismo com o metronidazol e secnidazol. FB5 não induziu a produção de espécies reativas de oxigênio nos trofozoítos, sugerindo que o mecanismo de ação não está relacionado a via REDOX. Resultados preliminares do ensaio de exposição à fosfatidilserina mostraram que o FB5 induziu necrose e apoptose tardia, o que requer uma investigação mais aprofundada. Devido ao aumento crescente da resistência e às falhas terapêuticas no tratamento da tricomoníase, os resultados apresentam os peptídeos antimicrobianos como uma alternativa a ser investigada.