Helmintos parasitos de Rhinella Fernandezae (Gallardo, 1957) (Anura, Bufonidae) do município de Imbé, Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Viviane Gularte Tavares dos
Orientador(a): Amato, Suzana Bencke
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15826
Resumo: Os anuros são os anfíbios mais conhecidos no mundo, com aproximadamente 5.067 espécies identificadas. O Brasil abriga a maior riqueza de anuros do planeta. Os sapinhosde- jardim, Rhinella fernandezae, são incluídos na família Bufonidae, para qual tem aumentado anualmente o número de espécies conhecidas. Para o Rio Grande do Sul existem registros de 17 espécies de anuros bufonídeos. Mesmo o Brasil abrigando a maior riqueza de anuros, estudos sobre a helmintofauna destes ainda são escassos. Espécimes de Rhinella fernandezae foram capturados, manualmente, com auxílio de páde- jardim em Imbé, RS. Os sapos foram transportados em recipientes plásticos para o Laboratório de Helmintologia do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde foram mantidos em terrário contendo substrato umidificado do local. Foram mortos com lidocaína e foram necropsiados. Todos foram identificados e depositados na Coleção de Anfíbios do Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Os órgãos internos foram individualizados em placas de petri para exame e coleta dos helmintos. Os helmintos foram processados, corados e/ou diafanizados de acordo com o grupo. Foram encontradas 13 espécies de helmintos: quatro digenéticos (Catadiscus sp., Gorgoderina festoni, Gorgoderina sp. e metacercárias de diplostomídeo), dois cestóides (Cylindrotaenia americana e plerocercóides de Proteocefalidea), dois acantocéfalos (Acanthocephalus lutzi e cistacantos de Centrorhynchus sp.) e cinco nematóides (Cosmocerca parva, Aplecatana meridionalis, Strongyloides carinii, Rhabdias fuelleborni e Oswaldocruzia sp.). Sendo que 10 espécies foram encontradas em forma adulta e três em forma larval (metacercária, plerocercóide e cistacanto). A intensidade média de infecção foi de 26,73 helmintos/hospedeiro. Os nematóides apresentaram maior representatividade, com 80% dos helmintos coletados e com 39% do total de espécies encontradas em R. fernandezae. Os digenéticos representaram 31% do total de espécies encontradas. O maior número de espécies e a alta representatividade de nematóides devem estar associados ao hábito terrestre da espécie hospedeira. A abundância e a prevalência de helmintos não foram afetadas pelo sexo do hospedeiro. A riqueza parasitária não foi influenciada pelo tamanho (comprimento e peso) do hospedeiro. A correlação entre comprimento dos hospedeiros e abundância de helmintos apresentou resultados significativos para duas espécies (Aplectana meridionalis e Centrorhynchus sp.). A correlação entre comprimento dos hospedeiros e a prevalência de helmintos também apresentou resultados significativos para uma espécie (Aplectana meridionalis). A comunidade parasitária do sapinho-dejardim do município de Imbé, RS, apresenta a segunda maior riqueza parasitária para bufonídeos já registrada no mundo e se caracteriza como uma comunidade parasitária do tipo isolacionista.