Distúrbios Psíquicos Menores e resiliência em trabalhadores de enfermagem que atuaram durante e após a pandemia da COVID-19: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Olino, Luciana
Orientador(a): Tavares, Juliana Petri
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279333
Resumo: Introdução: As mudanças na rotina de trabalho e a superlotação dos serviços de saúde, causadas pela pandemia de COVID-19, aumentaram a exposição ao desenvolvimento de Distúrbios Psíquicos Menores (DPMs). Estratégias individuais, como a resiliência, podem apresentar-se como moderadoras da sobrecarga psíquica. Objetivo: analisar o papel moderador da resiliência no trabalho na ocorrência de Distúrbios Psíquicos Menores entre trabalhadores de enfermagem que atuam na área hospitalar durante e após a pandemia da COVID-19. Método: Trata-se de um estudo multicêntrico, quantitativo, de coorte prospectiva, realizado durante dois momentos. Primeira fase, de agosto a outubro de 2020 e a segunda fase, de agosto a dezembro de 2022. Participaram quatro hospitais gaúchos referência no atendimento de doentes com coronavírus. A amostra foi constituída por 163 trabalhadores de enfermagem, que responderam a ambas as etapas de coleta. O formulário do Google Forms foi constituído por questionamentos sociodemográficos, laborais, hábitos de vida e saúde e pelos instrumentos: Self-Reporting Questionnaire para rastrear Distúrbios Psíquicos Menores, e RAW Scale Brasil-25 para avaliação da resiliência no trabalho. Foram realizadas análises descritivas e analíticas, com análises multivariadas dos dados. Resultados: Predominou em ambas as etapas, o sexo feminino (139; 85%), a cor/raça branca (n=130; 79,8%), além do cargo de enfermeiro (94; 57,7%). No que tange aos DPMs, 88(54%) apresentaram suspeita para o transtorno em 2020 e 85(52,1%) trabalhadores em 2022. A média de resiliência no trabalho, em 2020, foi de 72,1(±12,2) e, em 2022, foi de 72,9(±11,2). Na amostra, 64 (39,3%) profissionais apresentaram DPMs em ambas as etapas. Entre estes, o nível médio de resiliência foi de 67,6(±11,1) em 2020 e 65,3(±11,2) em 2022. O cargo de técnico de enfermagem demonstrou 48% maior risco relativo de desenvolver DPMs em relação ao enfermeiro. Cada ponto que aumentou na escala de resiliência no trabalho reduziu em 3% o risco relativo de o profissional desenvolver DPMs (p<0,05). Conclusões: Os resultados evidenciam que os trabalhadores estavam semelhantemente adoecidos psiquicamente durante e após a pandemia. A resiliência no trabalho desenvolveu um efeito moderador para o desenvolvimento de Distúrbios Psíquicos Menores nestes períodos.