Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Galarza, Bruna Simone Paredes |
Orientador(a): |
Roehe, Paulo Michel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276463
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Resumo: |
Os alfaherpesvírus são patógenos importantes em ruminantes, capazes de causar consideráveis prejuízos na criação desses animais. No Brasil, búfalos d’água (Bubalus bubalis), bovinos (Bos taurus taurus) e zebuínos (Bos taurus indicus) têm sido criados em proximidade, representando preocupação e criando oportunidades para infecções interespécies. O alfaherpesvírus bovino 1 (BoAHV1) possui distribuição geográfica que se assemelha à distribuição da criação bovina mundial. Por outro lado, o alfaherpesvírus bovino 5 (BoAHV5) apresenta uma distribuição geográfica peculiar, que parece estar relacionada à proximidade de criação entre bovinos e bubalinos. Já o alfaherpesvírus bubalino 1 (BuAHV1) é apenas ocasionalmente reportado em bovinos. Em bubalinos, os alfaherpesvírus já identificados são o BuAHV1 e o BoAHV1, não havendo relatos na literatura sobre infecções com BoAHV5 nessa espécie. Como estes são vírus recentemente identificados em búfalos, a susceptibilidade desses animais a infecções por BoAHV1, BoAHV5 e BuAHV1, o papel dos búfalos na transmissão interespécie e as consequências que tais infecções (ou coinfecções) possam acarretar em bubalinos ainda são pouco entendidas. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a presença de BoAHV1, BoAHV5 e BuAHV1 em tonsilas palatinas de búfalos d'água clinicamente saudáveis. Um total de 293 amostras foram coletadas no estado do Pará. As amostras foram analisadas por nested PCR (nPCR) tendo como alvo uma região do gene da glicoproteína C (UL44). O segmento amplificado foi sequenciado para confirmação do tipo viral. Análises filogenéticas foram realizadas, buscando identificar as relações evolutivas entre esses vírus e outros disponíveis no GenBank. Foram detectadas duas amostras positivas para BoAHV1, 11 amostras positivas para BoAHV5, 4 amostras positivas para BuAHV1 e uma amostra com uma coinfecção com BoAHV1 e BoAHV5. Filogeneticamente, as sequências de BuAHV1 detectadas estão mais relacionadas com as sequências indianas de BuAHV1 (OQ669139, OQ669137, OQ608621, OQ669138) do que com as sequências de origem italiana (OQ442798) ou australiana (NC_043504). As análises filogenéticas também demonstraram que os BoAHV5 encontrados estão mais intimamente relacionados a BuAHV1 do que a BoAHV1. Portanto, fica aqui evidenciado que não apenas BoAHV1 e BuAHV1, como também o BoAHV5, podem infectar búfalos d'água. Este é o primeiro relato de detecção de BoAHV5 em bubalinos, assim como o primeiro caso descrito de coinfecção com BoAHV1 e BoAHV5 nesta espécie. No entanto, não foi possível isolar vírus em nenhuma das amostras, apesar de cinco passagens consecutivas em cultivos celulares, sugerindo que os vírus encontram-se em latência. Tendo em vista estes achados, fica evidenciado que os búfalos podem ser considerados prováveis reservatórios para esses vírus e que mais genomas, especialmente de BoAHV5 e BuAHV1, precisam ser sequenciados para uma melhor compreensão da relação filogenética desses vírus. |