Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Bergamini Junior, Atilio |
Orientador(a): |
Sanseverino, Antônio Marcos Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/16917
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Resumo: |
Este trabalho procura desenvolver a tese de Roberto Schwarz em Ao vencedor as batatas (1977) e Um mestre na periferia do capitalismo (1990) e tem o intuito de ser uma interpretação do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis e publicado em livro em 1881. Para Schwarz, a elite brasileira do século XIX era volúvel em seu tratamento com a política, com as idéias e com a alteridade - escravos e dependentes. Tal volubilidade teria sido imitada no romance, por meio de uma narrativa volúvel, não apenas no conteúdo, mas sobretudo na forma. A dissertação se ocupa de buscar uma gênese para as idéias de Schwarz e entender alguns de seus pressupostos, para então ler o romance a partir de uma conscientização desses pressupostos. Ficou evidenciada a necessidade de uma plataforma de leitura que incorpore o reconhecimento da alteridade social em relação à lógica apresentada no romance, que é, segundo Schwarz postula, o modo de ser da elite. Postula-se que o narrador das Memórias é um narrador iludido a respeito do próprio poder e que o romance ficcionaliza a decadência das relações de produção escravistas e não a hegemonia do escravismo, como a fortuna crítica tem consagrado. Uma vez estabelecida a ficcionalização da derrocada da classe hegemônica no escravismo, a dissertação reconsidera a identidade entre a volubilidade do narrador e a volubilidade da elite da época, evidenciando que o romance pode ser lido com uma lógica diversa da volúvel, embora, em termos formais, a volubilidade continue sendo excelente explicação do movimento narrativo. Com isso, reconhece-se que o romance trabalha a estrutura de classes de sua época, mas salienta-se que o faz para expor e ridicularizar um poder que ilude a si mesmo a respeito de suas possibilidades de ação e influência. Neste sentido, ao criticar o aparente silenciamento absoluto da alteridade, de que resulta o poder imaginário do narrador, constrói-se uma função mediadora para ler o romance por uma visada que possa ajudar na compreensão atual de aspectos da organização social e alguns de seus preconceitos. |