Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silva, Eloenes Lima da |
Orientador(a): |
Costa, Marisa Cristina Vorraber |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/181833
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Resumo: |
Como distintas pedagogias entram em funcionamento nos espaços-tempos noturnos da metrópole? Para responder tal questão, o objetivo principal desta tese consistiu em dar visibilidade às pedagogias que se configuram e operam na noite da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil. Para tanto, a pesquisa tratou de investigar como determinados lugares públicos noturnos proporcionam condições que ensejam experiências de aprendizagem implicadas com o que denomino pedagogias da noite. Posicionada no campo dos Estudos Culturais em Educação e partindo de pressupostos teóricos acerca das transformações culturais destacadas por S. Hall, T. Eagleton, Z. Bauman e R. Williams, a pesquisa se insere nas discussões levantadas por autores como H. Giroux, S. Steinberg, E. Ellsworth, M. V. Costa. V. C. Camozzato e P. D. Andrade em torno da pluralização do conceito de pedagogia e de seus espaços de atuação. O primeiro movimento da pesquisa procurou mapear representações da noite no campo das Artes, bem como nas produções das Ciências Humanas e Sociais em que o tema tem sido objeto de estudo. Tal levantamento evidenciou diferentes olhares, tanto para a formação de imaginários noturnos quanto para a diversidade de experiências vividas na noite, sugerindo distintos modos de condução em seus espaços-tempos. O segundo movimento consistiu nas saídas de campo em que o pesquisador-flâneur traçou rotas noturnas na região central de Porto Alegre. Os lugares noturnos selecionados foram três viadutos, duas ruas de um bairro boêmio e um grande parque da cidade. A pesquisa fez uso de uma metodologia de investigação híbrida, utilizando procedimentos inspirados na “etnografia pós-moderna” praticada por S. Gottshalk, na técnica da “observação casual” descrita por Lorite García e na “metodologia polifônica” adotada por M. Canevacci. O corpus de análise foi composto a partir das observações e registros das práticas sociais noturnas e dos relatos de sujeitos abordados nos lugares investigados. Viver na solidão, apegar-se aos pertences pessoais e protegê-los, assim como a desconfiança, resultam de aprendizagens daqueles que habitam nos viadutos à noite. Nas ruas boêmias, a adoção de formas estéticas, os encontros e a busca de relacionamentos afetivos são comportamentos aprendidos nas pedagogias da noite. Aprender a conhecer as intenções do outro pelo uso de “táticas” e “habilidades” realçaram-se como experiências no convívio laboral noturno. Comum a todos os lugares e relatos, evidenciaram-se experiências em que o medo e a insegurança promovem aprendizagens para a proteção na vida urbana noturna. Autores como R. Sennett, M. Canevacci, M. Maffesoli, Yi Fu-Tuan, M. Certeau, J. Larrosa e D. W. Winnicott embasaram as discussões analíticas. A relação do “eu” com o outro e com o lugar foi identificada como linha mestra das experiências de aprendizagem desenvolvidas por meio das condições exteriores e de como são interiorizadas pelos sujeitos. Intrínsecos aos modos de viver e aprender, esses movimentos de “exteriorização” e “interiorização” permitiram visualizar como as pedagogias se configuram e operam na noite. Funcionando como movimentos de articulação, as pedagogias da noite ensejam experiências em que os sujeitos aprendem tanto a conduzir quanto a conduzir-se e serem conduzidos nas situações e condições que determinados lugares noturnos da metrópole proporcionam. |