Padrões de atividade de morcegos insetívoros aéreos no limite sul da Mata Atlântica : influência de variáveis meteorológicas e do habitat

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Chaves, Thais Stefanski
Orientador(a): Pereira, Maria João Veloso da Costa Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/170194
Resumo: Os padrões de atividade de muitas espécies de morcegos têm sido frequentemente associados à disponibilidade de alimento, à estrutura da vegetação e ao clima. Usualmente há maior atividade em áreas com maior disponibilidade de recursos alimentares e em ambientes que permitem maior facilidade de deslocamento. Em geral, a atividade de morcegos reduz em períodos com temperaturas extremas, sabendo-se que a redução da atividade de morcegos durante períodos frios está relacionada tanto com questões fisiológicas associadas ao balanço entre produção e perda de calor, quanto com ciclos reprodutivos das espécies. Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho é avaliar a influência de variáveis meteorológicas e do habitat sobre os padrões de atividade de morcegos em uma região de clima temperado do Brasil. A avaliação da atividade dos morcegos foi realizada entre janeiro e maio de 2016, por meio de monitoramento acústico. Para relacionar a atividade dos morcegos com as condições meteorológicas locais, sensores de temperatura e umidade conectados a data loggers foram instalados perto de cada detector de ultrassom. O número de passagens de morcegos e o número de chamados de alimentação foram comparados entre guildas de uso do espaço – morcegos forrageadores de áreas abertas e morcegos forrageadores de bordas – e entre tamanhos – morcegos pequenos (entre 4g e 8g) e morcegos grandes (entre 30g e 35g). O local onde se registrou maior atividade de morcegos foi uma área aberta em meio a um contínuo de Floresta Ombrófila Densa, localizado em baixa altitude e maiores níveis de atividade de alimentação foram registrados em locais próximos a fontes de água. O padrão de atividade diferiu significativamente entre as guildas: morcegos forrageadores de espaço aberto apresentaram os maiores níveis de atividade concentrados nas primeiras horas da noite e em temperaturas entre 12°C e 16°C, enquanto os forrageadores de borda mantiveram atividade razoavelmente constante ao longo da noite e entre 16°C e 20°C. Um possível aumento da densidade de insetos em estratos altos ao anoitecer pode otimizar o sucesso de captura dos forrageadores de espaços abertos de tal forma que possibilitaria a concentração da atividade neste período. O padrão de atividade de morcegos grandes e pequenos também diferiu significativamente: a atividade de morcegos grandes ocorreu em temperaturas mais baixas do que a de morcegos pequenos. Como esperado, a temperatura de atividade de morcegos grandes foi mais baixa do que a de morcegos pequenos. Estimou-se, que a temperatura que limita a atividade de morcegos grandes é mais baixa do que a temperatura que limita a atividade dos morcegos pequenos. Isto é uma consequência esperada em razão da maior inércia térmica de animais de maior tamanho corporal, desse modo a temperatura crítica mínima dos morcegos grandes deve ser sempre menor do que a dos morcegos pequenos. A temperatura e o habitat parecem explicar os padrões de atividade tanto de morcegos forrageadores de espaço aberto e de borda, quanto de diferentes tamanhos corporais em um clima temperado mesotérmico no Brasil.