Economia da cultura em perspectiva institucional : mecenato no empresariado urbano-industrial ascendente (1947-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Valiati, Leandro
Orientador(a): Fonseca, Pedro Cezar Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/69993
Resumo: Essa tese aborda o empresário industrial ascendente no contexto da urbanização e industrialização do Brasil sob a perspectiva da prática do mecenato. Tal ação, catalisada pelo desejo, nesse segmento social, de distinção, respondeu a instituições presentes no ambiente de transformação socioeconômica brasileira na primeira metade do século XX. Trata, portanto, de Economia da Cultura, História Econômica e Economia Institucional, propondo a justaposição instrumental de arcabouços teóricos construídos nesses três campos da ciência econômica. O núcleo duro dos pressupostos aqui assumidos é o de que a instalação do setor urbano-industrial brasileiro no período em estudo foi liderada, em sua maior parte, por imigrantes convertidos em empresários industriais, que capitanearam a prática do mecenato para afirmar sua condição de protagonismo social como uma nova elite. A hipótese do trabalho é a de que o mecenato brasileiro no período posterior à Segunda Guerra Mundial (1947-1960) teve como protagonistas membros desse segmento social. Essa nova elite, ligada à indústria e negócios urbanos, teve papel ativo e preponderante no financiamento à cultura em relação à oligarquia agrária, de riqueza mais antiga e enfrentando decadência econômica. Para esse fim, garantindo foco ao estudo, serviram como referencial de análise o contexto da cidade de São Paulo e a identificação empírica dos doadores que formaram o acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP), efetivada dentro do período em estudo. Para fundamentação e comprovação dessa hipótese foram acionados como estratégia heurística: a) na esfera teórica, os conceitos da Sociologia da Cultura de Pierre Bourdieu e da Economia Institucional de Thorstein Veblen, balizados por uma revisão teórica das origens étnicas, sociais e atuação econômica do empresário industrial brasileiro; b) na esfera empírica, uma pesquisa de campo no acervo do MASP, identificando todas obras doadas ao museu dentro do período estudado e enquadrando em tipologias de segmentos sociais os respectivos doadores. Os resultados obtidos nesse trabalho forneceram elementos para corroborar a hipótese da tese, emergindo como corolário que a busca por afirmação social de novas elites de renda, através da distinção simbólica e consumo conspícuo, como resposta a instituições de uma sociedade urbana e industrial é componente relevante para compreendermos o mecenato no Brasil no período estudado.