Sonho e transgressão em Caio Fernando Abreu : o entrelugar de cartas e contos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cardoso, Ana Maria
Orientador(a): Campos, Maria do Carmo Alves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10785
Resumo: Este trabalho visa a analisar e interpretar O ovo apunhalado, coletânea de contos de Caio Fernando Abreu, publicada em 1975, em sintonia com as cartas do escritor, a fim de investigar em que medida — e tendo em vista o conjunto da obra — se estabelecem diálogos com as diferentes representações sócio-culturais do seu tempo, em especial dos anos 70, fase assinalada pela conquista da notoriedade do ficcionista sul-riograndense no cenário da literatura brasileira. Os distintos modos de composição utilizados em O ovo apunhalado assinalam a postura de permanente contravenção à realidade objetiva e subjetiva, resultado de um jogo dialético com as vicissitudes históricas. Para tanto, os fundamentos teóricos de Theodor Adorno, Walter Benjamin, Georg Simmel, entre outros, contribuem para elucidar que as rupturas com a forma literária efetuam-se por uma não conformidade aos fenômenos histórico-sociais. As cartas, por sua vez, reiteram a contundência literária, diretamente relacionada à irreverência do escritor enquanto sujeito social. Evidencia-se que a estranheza da escritura de Caio Fernando Abreu em relação a padrões da literatura sul-rio-grandense e da literatura brasileira é concomitante à estranheza do sujeito social, o que se funda, sobretudo, numa postura anticonvencional originária de um sonho: o de que a realidade pudesse ser outra.