Novos usos para medicações psicotrópicas conhecidas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bisol, Luísa Weber
Orientador(a): Lara, Diogo Rizzato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13844
Resumo: O objetivo desta tese de doutorado foi testar psicofármacos tradicionais em aplicações diferentes das originais, tendo por base o conhecimento de seus mecanismos de ação e uma visão clínica focada no temperamento. A primeira parte da tese é constituída pelo ensaio clínico de flunarizina comparado com haloperidol no tratamento de pacientes com esquizofrenia. A segunda parte é composta de três relatos de caso oriundos da prática clínica e que, apesar de freqüentes, não costumam ser objetos de pesquisa. A flunarizina, um bloqueador de canal de cálcio empregado para tratar enxaqueca e vertigem foi escolhida pelo fato dela produzir sinais e sintomas extrapiramidais em pacientes idosos, o que posteriormente foi relacionado a sua propriedade como antagonista dos receptores dopaminérgicos do tipo D2, além da existência de dados em modelos animais que indicavam o seu potencial efeito antipsicótico. A flunarizina foi eficaz como antipsicótico e apresentou um perfil de efeitos adversos favorável, além de ter uma meiavida longa e baixo custo. A segunda parte da tese apresenta relatos de casos clínicos freqüentes, mas pouco estudados no âmbito científico. Nesse sentido propomos uma avaliação do paciente com base no temperamento afetivo e emocional, de acordo com o modelo de temperamento proposto por Lara e Akiskal (2006). O primeiro aborda o uso de baixas doses de risperidona no tratamento de ciúme patológico. O segundo se refere à comorbidade do transtorno obsessivocompulsivo e transtorno bipolar, tratados com divalproato de sódio e lamotrigina. O último artigo aponta para o uso de baixas doses de quetiapina em pacientes com sintomas sublimiares e temperamento hipertímico ou ciclotímico que apresentam desregulação emocional. Em conjunto, nossos resultados reforçam a idéia de que as medicações existentes podem sem mais exploradas para o tratamento de quadros clínicos diferentes das suas indicações originais.