Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Juliana Gomes |
Orientador(a): |
Waquil, Paulo Dabdab |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/279788
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Resumo: |
A dificuldade em gerar equilíbrio entre crescimento econômico e o uso de recursos naturais pode impactar nas condições de saúde do planeta, seja na saúde das pessoas, dos animais ou do ecossistema. Nesse contexto, onde parece haver uma disputa entre crescimento econômico e conservação, os ecossistemas mais afetados por essa dinâmica são os ecossistemas pastoris, considerados muitas vezes espaços vazios que não exploram todo seu potencial agrícola e desenvolvem atividades vistas como de baixa produtividade. Essa visão dos ecossistemas pastoris vem despertando o interesse de investidores na produção de commodities agrícolas, provocando significativas mudanças no uso da terra nos territórios onde predominam as pastagens naturais, nas quais a criação de animais de forma extensiva é comumente desenvolvida. A criação de animais de forma extensiva ou pecuária extensiva se torna fator social, cultural e de desenvolvimento econômico ao redor do mundo. Na América Latina, um dos maiores ecossistemas pastoris é o bioma Pampa, que ultrapassa as fronteiras entre Brasil, Argentina e Uruguai, e assim como na maioria dos territórios onde predominam pastagens naturais, a pecuária extensiva praticada há mais de três séculos tornou-se fator social, cultural e de desenvolvimento econômico no Pampa. Entretanto, a mesma disputa pelo uso da terra entre a agricultura para produção de commodities, principalmente soja, e a pecuária extensiva vem ocorrendo também no bioma Pampa. Essa dinâmica se reflete principalmente na perda de qualidade e supressão da pastagem natural do Pampa o que pode impactar de diversas maneiras a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente no bioma Pampa. Nesse cenário, esta tese tem como objetivo principal analisar como atores coletivos e individuais (instituições e pecuaristas) compreendem as inter-relações entre saúde humana, animal e ambiental na pecuária de corte no Pampa brasileiro, sob a perspectiva teórica de EcoHealth, ou EcoSaúde, a qual permitiu realizar uma análise interligada e interdisciplinar sobre essas três dimensões. Como recorte empírico desta pesquisa foi selecionado o município de Santana do Livramento, RS, o qual mesmo com as mudanças no uso da terra mantém alto índice de pastagens naturais. Para o alcance do objetivo principal foram realizadas entrevistas semi estruturadas com representantes institucionais e pecuaristas, com questões que se referem à saúde humana, animal e ambiental, entre os anos de 2022 e 2023. Os principais resultados mostram uma maior dificuldade de acesso e piores condições de saúde humana; uma melhora na saúde dos animais, pelo forte aparato que regulamenta a saúde dos animais, porém, os pecuaristas se sentem desassistidos para o cumprimento das normativas; também a mudança no uso da terra, impulsionada pela expansão nas áreas cultivadas com soja, representa uma ameaça significativa para a saúde ambiental no bioma Pampa, pois provoca supressão de pastagens naturais, diminuição da biodiversidade e mudanças culturais. Conclui-se que não há ações coordenadas entre saúde humana, animal e ambiental ocorrendo no ambiente rural. Como perspectivas de novas pesquisas destaca-se a emergência de um programa integrado entre as três dimensões em uma perspectiva de EcoHealth. |