A contribuição do confucionismo para as inter-relações doutrinárias presentes no pensamento japonês durante a formação do Período Edo (Séc. XVII)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Alexandre Fontoura dos
Orientador(a): Brandalise, Carla
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/36979
Resumo: A presente dissertação trata das contribuições exercidas pelo Confucionismo junto às inter-relações doutrinárias presentes no pensamento tradicional japonês. A pesquisa foca no primeiro século do período Edo (1603 – 1867), onde tal filosofia ocupou importância fundamental para as mudanças advindas nos âmbitos sociais, culturais e políticos. Interagindo com o Budismo e o Xintoísmo, o Confucionismo vem a formar o chamado Pensamento Tokugawa, despontando como principal articulador desta relação. Observou-se que o Confucionismo foi reativado no Japão do século XVII como uma ideologia de Estado propícia à centralização política concluída pelo shogunato Tokugawa. Mas esta doutrina não foi empregada apenas pelos acadêmicos oficiais, tendo amplo uso popular, sobretudo por monges budistas dissidentes, que trouxeram seus estudos à tona. Neste contexto, o Confucionismo foi utilizado, muitas vezes, em conjunto com outras tradições religiosas e filosóficas das formas mais variadas: como em apropriações inter-doutrinárias, em níveis teóricos ou práticos, e na formação de vertentes sincréticas destas doutrinas. Uma de suas manifestações foi o bushido, código de ética moral dos samurais, filosofia que surgiu como uma resposta frente à crise deste segmento social, e que veio a oferecer fontes de elevada importância à compreensão histórica do pensamento do período. No objetivo de circundar a temática, conferimos a presença de certa tendência propícia ao estabelecimento de vinculações filosóficas e analogias, uma herança de experiências anteriores ocorridas na China. Nesta ocasião, o Confucionismo teria sido reintroduzido ao Japão, no século XIII, através dos mesmos monges responsáveis pela propagação do Budismo Zen em terras nipônicas. Outra conexão aqui traçada foi a que envolve medidas centralizadoras, o isolamento do Japão (sakoku jidai) e a emergência de um cenário cultural favorável ao crescimento confucionista. Neste aspecto, viu-se também a criação de determinada identidade japonesa, com feições confucionistas e tributária de uma reformulação educacional feita em conjunto com as demais doutrinas. O século XVII japonês foi marcado pela consolidação do Sankyo Itchi, a “unicidade dos três ensinos” – Confucionismo, Budismo e Xintoísmo –, que vem a ser uma das características principais do pensamento japonês hoje tido como “tradicional”. E é em torno desta interação que aqui acompanhamos o papel exercido pela doutrina de Confúcio no -ippon, a “terra do sol nascente”.