Relação entre desesperança e estado depressivo com ideação suicida em pacientes com epilepsia do lobo temporal atendidos ambulatorialmente no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Reinaldo, Gustavo Pereira
Orientador(a): Bianchin, Marino Muxfeldt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276604
Resumo: Base teórica: A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo. É caracterizada por crises recorrentes, que podem ser classificadas como focais ou generalizadas, sendo a epilepsia do lobo temporal (ELT) o subtipo focal mais comum. Pacientes com epilepsia, incluindo ELT, apresentam frequentemente sintomas de depressão e desesperança, que têm sido associados a um maior risco de ideação suicida (IS). A IS é comumente observada em pacientes com ELT quando comparada com a população geral. Algumas escalas podem ser utilizadas para estimar o nível de IS, como a Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e a Escala de Desesperança de Beck (BHS), que avaliam depressão e desesperança, respectivamente. Entretanto, são escassos os estudos que utilizem esses instrumentos para investigar a IS em pacientes brasileiros com ELT. Objetivo: Comparar as características da epilepsia e de outras condições de saúde; comparar os escores da BHS e da PHQ-9; e investigar a associação dos escores da BHS e da PHQ-9 com idade, idade de início da epilepsia e duração da epilepsia em pacientes com ELT com e sem histórico de IS. Métodos: Este foi um estudo transversal que incluiu pacientes com ELT atendidos no Ambulatório de Epilepsia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brasil. Os critérios de inclusão basearam-se na classificação eletroclínica e na etiologia da epilepsia descrita pela Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE). Foram excluídos do estudo pacientes sem diagnóstico claro de ELT, bem como aqueles com epilepsia extratemporal, deficiência intelectual e doenças sistêmicas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA (protocolo número 22874119.2.0000.5327) e foi conduzido de acordo com a Declaração de Helsinque. Os participantes receberam informações detalhadas sobre o estudo e, após concordarem em participar mediante aceite ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, iniciaram o protocolo do estudo. O estudo avaliou depressão, desesperança e IS em indivíduos com ELT por meio da BHS e da PHQ-9. Os participantes responderam aos questionários durante uma sessão de avaliação presencial ou por telefone. Resultados: Foram incluídos no estudo 137 pacientes com ELT (57,5±12,25 anos, 49 homens) e divididos em dois grupos de acordo com a presença de IS (n=50) ou não (n=87). Pacientes com ELT com IS apresentaram depressão mais grave (pontuação PHQ- 9 >9, depressão moderada a grave, p=0,03) e maior nível de desesperança (pontuação BHS >14, p=0,017). Idade, idade de início da epilepsia, duração da epilepsia e tempo desde a última ideação foram significativamente associados aos escores da BHS e da PHQ-9 (p<0,05). Além disso, foi observada forte correlação direta entre os escores da BHS e da PHQ-9 (ρ=0,821; p<0,001). Conclusão: Pacientes com histórico de IS apresentaram maiores escores na PHQ-9 e na BHS. Este estudo apoia a importância do rastreio do risco de suicídio, depressão e desesperança em pacientes com ELT.