Perfil proteômico de Cryptococcus neoformans exposto ao óleo essencial de Lavandula angustifolia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, Yohana Porto Calegari
Orientador(a): Santi, Lucélia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263726
Resumo: O complexo de espécies Cryptococcus neoformans, agente etiológico da criptococose, infecta preferencialmente pacientes imunocomprometidos. Além de ser a segunda maior responsável por mortes entre pacientes HIV, a meningite criptococose soma mais de 181 mil óbitos anualmente devido tratamento tardio e opções limitadas de tratamento. Assim, estudos com foco na identificação de substâncias e/ou moléculas com atividade antifúngica são urgentemente necessários, sendo os óleos essenciais considerados uma fonte promissora na busca por novas estratégias terapêuticas. Aqui, avaliamos as alterações moleculares ocasionadas no C. neoformans var. grubii (H99) pela exposição ao óleo essencial de Lavandula angustifolia (OEL) utilizando uma abordagem proteômica. As proteínas identificadas foram categorizadas por anotação gênica e no contexto de funções enzimáticas de vias metabólicas, utilizando o software Blast2Go. Foram identificadas 2.134 proteínas, dentre as quais 21 foram consideradas diferencialmente expressas, 78 exclusivas quando expostas ao OEL e 17 exclusivas no controle. De maneira geral, o OEL parece induzir a expressão de proteínas envolvidas no estresse oxidativo, como a P5Cdh, além de alterar vias metabólicas importantes para o fungo. A ativação do ciclo do TCA a partir da maior expressão de proteínas do ciclo e ao acúmulo de subprodutos (succinato, acetaldeído e piruvato) somado a uma menor expressão de proteínas participantes da fosforilação oxidativa sugerem um acúmulo de espécies reativas de oxigênio (ERO) e uma menor formação de ATP. Além das EROs causarem estresse oxidativo, seu acúmulo é conhecido por afetar a integridade da membrana, dado confirmado durante validação experimental. Alterações em vias responsáveis por combater o estresse oxidativo como da glutationa e da prolina, também foram observados, sendo o segundo substrato também usado como fonte de energia. Alterações em outros metabolismos que possuem funções significativas além de servirem como fonte alternativa de energia, como a purina e o inositol, também foram observadas. Desta maneira, podemos concluir que a exposição das células do C. neoformans (H99) ao OEL afetou funções mitocondriais como a síntese de ATP e a formação excessiva de EROs. obrigando a célula a desenvolver mecanismos para obter energia de fontes alternativas e também se proteger do estresse oxidativo.