Do privado ao público nos romances Dom Casmurro e Esaú e Jacó de Machado de Assis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sottilli, Tiago Andrea
Orientador(a): Araújo, Homero José Vizeu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/205553
Resumo: Esta tese de doutoramento destina-se ao estudo da obra de Machado de Assis, especialmente os romances Dom Casmurro (1899) e Esaú e Jacó (1904). O eixo central de argumentação é a tensão entre o privado e o público na romanesca machadiana, admitindo que existe um trabalho estético diferente nos dois romances justamente por que essa tensão, oriunda do tempo histórico das obras, influencia fortemente a fatura de cada uma delas. Considera-se, também, que ambas estão inseridas num processo de transição da nação brasileira e procuram elaborar esteticamente o quadro histórico, mas, ao fazerem isso, deixam ver os limites e os ganhos que cada escolha estética teve. Em Dom Casmurro, com a predominância do âmbito privado, Machado consegue construir um personagem capaz de refletir uma parte do que seria o sujeito típico brasileiro, projeto que alcança com maior precisão pela dimensão da esfera pública mais sensível em Esaú e Jacó. Por isso, as obras formam um par dialético em que ora se opõem, ora se complementam e com isso dão a ver problemas inaugurados pelo país em meados do século XIX que permanecem como questões limites e hereditárias na construção da nação. Ainda, como parte dessa problemática, o estudo supõe que a categoria da tipicidade, discutida por G. Lukács, é um dos pontos que liga e diferencia as duas obras, servindo como engrenagem estética que faz com que história e ficção formem uma totalidade coesa e lúcida da formação brasileira.