Estudo etnofarmacológico de plantas utilizadas como cicatrizantes no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alerico, Gabriela Cavol
Orientador(a): Von Poser, Gilsane Lino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/163716
Resumo: A cicatrização de feridas cutâneas ainda é motivo de preocupação para os órgãos públicos de saúde, principalmente feridas crônicas associadas à comobordidades como diabetes, obesidade e complicações vasculares. Apesar do processo cicatricial normal ser fisiológico e ocorrer dentro de duas semanas, as feridas crônicas podem persistir por meses a anos e afetar consideravelmente a qualidade de vida dos portadores. Por mais que a indústria farmacêutica cresça e ocorra o desenvolvimento de curativos especiais, os produtos naturais, em especial as plantas medicinais ainda são amplamente utilizadas, pelo fácil acesso e baixo custo, e por muitas vezes ser a única terapia disponível. Nesse contexto a etnofarmacologia busca transpor o conhecimento popular para os laboratórios de pesquisa, sendo um método de seleção eficiente uma vez que o uso tradicional remete a espécies possivelmente ativas. O presente estudo propôs realizar um levantamento das plantas utilizadas para o tratamento de feridas no estado do Rio Grande do Sul, além de avaliar sua capacidade proliferativa através de ensaios in vitro. Estudos etnobotânicos foram avaliados e as espécies vegetais mais citadas foram selecionadas para estudo. O material vegetal foi coletado e identificado e extratos aquosos e etanólicos foram preparados. Um screening inicial foi realizado utilizando o ensaio in vitro MTT com células de queratinócitos (HaCaT), onde as células viáveis são quantificadas por uma leitura espectofotométrica indireta. Cada extrato foi avaliado em cinco concentrações diferentes (1, 5, 10, 25, 50 μg/mL) Após a avaliação dos resultados, a espécie mais ativa foi selecionada para realização do ensaio de contagem celular com queratinócitos (HaCaT) e fibroblastos (MRC-5), bem como o ensaio de proliferação Ki-67, também com ambas linhagens celulares. Os dados foram analisados estatisticamente com auxílio da ferramenta estatística SPSS 11.0. Foram selecionadas 14 espécies para experimentação, de um total de 117 espécies levantadas. O extrato etanólico de Achyrocline satureioides foi o mais ativo, uma vez que a viabilidade celular da HaCaT foi 120 ± 7% na concentração de 1 μg/mL. Dessa forma foi testado com os outros ensaios biológicos. Os resultados demonstram a capacidade proliferativa do extrato etanólico de Achyrocline satureioides, corroborando o uso tradicional da espécie como cicatrizante. Além disso, as espécies Matricaria recutita, Melia azedarach, Mirabilis jalapa também apresentaram ação proliferativas, porém em menor intensidade. Achyrocline satureioides se apresentou como uma espécie promissora no desenvolvimento de agentes cicatrizantes.