Modulação endocanabinóide da evocação de memórias recentes ou remotas : efeito da infusão intra-hipocampal de AM251

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Molina, Johanna Marcela Duran
Orientador(a): Quillfeldt, Jorge Alberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194485
Resumo: O sistema endocanabinóide tem um papel modulador sobre células excitatórias e inibitórias em diferentes áreas do sistema nervoso central (SNC), em particular naquelas envolvidas na formação, consolidação e evocação de novas memórias (Davies, Pertwee, and Riedel 2002). Os estudos mostram que a principal função dos endocanabinóides no encéfalo é a supressão da liberação de neurotransmissores como GABA e glutamato por meio da sinalização mediante mensageiros retrógrados (Fattore, Fadda, and Fratta 2007; Iversen 2003). O receptor canabinóides tipo 1 (CB1) apresenta uma alta densidade na área CA1 do hipocampo (Ashton et al. 2004; Hoffman, Riegel, and Lupica 2003). Poucos estudos têm sido realizados estudando o efeito da inibição do sistema endocanabinóide na evocação de memórias aversivas, e pouco se sabe acerca de seu efeito na evocação de memórias previamente extintas. Neste trabalho, investigamos o curso temporal dos efeitos do agonista inverso seletivo para o receptor CB1, AM251, sobre a evocação de memórias aversivas de longo prazo formadas ou extintas recente ou remotamente, bem como investigaremos os mecanismos subjacentes a eles. Assim, ratos Wistar foram treinados no condicionamento aversivo ao contexto (CAC), e alguns foram submetidos à extinção da memória e testados em três momentos diferentes. O AM251 CB1 foi administrado sempre 15 minutos antes do teste. Nossos resultados demonstraram diferentes efeitos dependentes do tempo do AM251 na evocação da memória. A infusão intra-hipocampal do AM251 antes de sessão de teste melhorou a evocação da memória de medo quando foi testada 72 horas após a sessão de treino, enquanto que a mesma dose de AM251 prejudicou a evocação da memória quando foi testada 15 dias após a sessão de treino. É importante ressaltar que quando o teste foi 30 dias após a sessão de treino o AM251 melhorou a evocação da memória. Também encontramos que quando a memória foi testada 24 horas após a sessão de extinção, o AM251 bloqueou a evocação da memória de extinção, mas, quando a sessão de extinção foi realizada 14 ou 30 dias após a sessão de treino e testada 24 horas depois, o AM251 não teve efeito. Desta forma, o efeito farmacológico da AM251 pode mudar com a extinção da memória e seu efeito é dependente do tempo. Acredita-se que o efeito oposto do AM251 sobre a evocação da memória, em diferentes momentos no tempo, é o resultado de alterações na expressão e localização do receptor CB1 em neurónios excitatórios piramidais, em interneurônios GABAérgicos ou em ambos os sistemas na região CA1 do hipocampo. Estudos de imunoistoquímica estão sendo realizados para avaliar as mudanças no número e localização dos receptores canabinóides CB1 em memórias recentes e remotas e assim fornecer uma explicação aos efeitos contraditórios na evocação da memória observados neste trabalho.