Determinação dos efeitos da suplementação de ômega-3 em um modelo neurodesenvolvimental de esquizofrenia induzido por poly(I:C) em ratos neonatos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rosa, Eduarda Dias da
Orientador(a): Gama, Clarissa Severino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180238
Resumo: A hipótese neurodesenvolvimental da esquizofrenia (SZ) tem origem numa perturbação do desenvolvimento ou maturação encefálica no período perinatal. Nesse contexto, objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da suplementação com ômega-3 (ω-3) em dois diferentes períodos de vida (período de crescimento fetal e durante a adolescência) em parâmetros comportamentais e bioquímicos em um modelo de desafio imune neonatal induzido por ácido poliinosínico:policitidílico (Poly(I:C)). Para isso, fêmeas wistar grávidas foram divididas em dois grupos para o tratamento de prevenção a partir do 16° ao 21º dia de gestação: um grupo recebeu ω-3 na dose de 0,8g/Kg via gavagem (grupo O), e o outro recebeu Tween (grupo T) na mesma dose e via. Após o nascimento, do 5º ao 7º dia pós-natal (PN) cada grupo de recém nascidos foi subdivido em dois grupos: um recebeu poly(I:C) na dose de 2mg/kg (grupo OP ou TP) e outro recebeu salina na dose 1 ml/kg (grupo OS ou TS), ambos via intraperitoneal. Na adolescência, do 30º ao 44º dia PN, os animais receberam o segundo tratamento de prevenção com ω-3, seguindo a mesma suplementação da gestação: com ω-3 (grupo OPO, TPO e TSO) ou Tween (grupo OPT, OST,TPT e TST)). No total, foram 7 grupos de tratamento (n~15 animais/grupo): TST, TPT, TSO, TPO, OST, OPT e OPO. No 45º dia PN foram realizados os testes comportamentais de Y-maze, campo aberto e interação social (three-chamber sociability and social novelty). Ao final foi realizada a eutanásia dos animais seguida da a coleta do sangue troncular e dissecação das estruturas cerebrais - córtex pré-frontal (CPF) e hipocampo (HC). O fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) e o estresse oxidativo, através das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e glutationa peroxidase (GPx), foram avaliadas no soro e nas estruturas cerebrais. Os resultados foram expressos em mediana e intervalo interquartil (IQR). A análise foi realizada por Mann-Whitney U para comparações entre dois grupos (TST x TPT) e, para comparações múltiplas, empregou-se Kruskal-Wallis. Os resultados mostram que a administração neonatal de poly(I:C) foi capaz de induzir um comprometimento significativo na interação social e no interesse por novos conspecificos quando comparado ao controle (TST), sendo estes comportamentos considerados como um sintoma negativos da SZ. O desafio imune também aumentou significativamente a peroxidação lipídica no HC. A associação de suplementação ω-3 durante o crescimento fetal e durante a adolescência (OPO) foi capaz de proteger os animais de déficits de interesse social quando comparados ao grupo TPT. Além disso, apresentou níveis séricos significativamente elevados de BDNF e níveis mais baixos de peroxidação lipídica no HC do que o grupo TPT. Em conclusão, os resultados do presente trabalho mostram de forma inédita o efeito benéfico da suplementação subsequente com ω-3 em dois períodos distintos da vida de ratos submetidos a um modelo neurodesenvolvimental de SZ. Embora os mecanismos por trás desses resultados não sejam totalmente elucidados, o estudo acrescenta evidências dos benefícios da suplementação com ω-3 em pacientes com risco de desenvolver SZ.