Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Natália Garcia |
Orientador(a): |
Kühn, Fábio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/178162
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as buscas pela liberdade projetadas por escravos e libertos, durante o período de 1850/1888 no município de Pelotas, localizado no sul do Brasil. Investigo, sobretudo, a passagem da escravidão para a liberdade, tratando dos padrões de alforria e da inserção social dos libertos. Entre as questões que norteiam a pesquisa uma central é de analisar quais foram os mecanismos da alforria agenciados pelos cativos, assim como, investigar trajetórias de africanos libertos e de como estes sujeitos vivenciavam suas experiências de liberdade ainda dentro de uma sociedade escravista. O objetivo da tese é investigar sobre a passagem do cativeiro para a liberdade através dos padrões de alforria. Assim sendo, busco analisar a população alforriada, demonstrando o perfil do escravo liberto analisando às seguintes variáveis: a origem, o sexo, a profissão e os tipos de alforrias. As conclusões apontam para uma presença significativa de alforrias gratuitas e condicionais, tendo uma predominância de mulheres e escravos crioulos na obtenção da liberdade. No que tange a população de africanos, observou-se uma presença expressiva dos homens em todas as modalidades de alforria alcançadas por tais sujeitos. Fato este que aponta para uma singularidade do processo de manumissão comparado com outras regiões brasileiras. Além disso, entre os africanos, constatou-se que os oriundos da costa ocidental eram alforriados em proporção maior do que os demais grupos de africanos presentes na sociedade escravista de Pelotas. Nas linhas que se seguem, pretendo analisar as estratégias elaboradas por esta população africana para fazer-se livre dentro de um período ainda de vigência da escravidão e os arranjos feitos para a conquista da carta de liberdade. Tal conquista não foi apenas produto da força do libertando, mas muitas vezes envolvia projetos familiares e redes de solidariedade. De acordo com a investigação veremos que a liberdade nessa sociedade escravista ora analisada era uma construção feita no cotidiano de homens e mulheres escravizados, que muitas vezes tinha início com a alforria, todavia manter-se livre dentro de uma sociedade hierárquica escravista era um longo e difícil caminho para essas pessoas. Outro objetivo que persigo na tese é de analisar as experiências de liberdade de um grupo de vinte e seis indivíduos africanos libertos, especialmente os afro-ocidentais, oriundos da Costa da Mina. A partir de estudos de casos desses ex-escravizados tento compreender como estes sujeitos conseguiram sobreviver dentro de uma sociedade escravista e racializada no Oitocentos e como essas pessoas alcançaram alguma mobilidade social e econômica durante a vida em liberdade. Os fragmentos das trajetórias individuais e coletivas dos sujeitos ora investigados apontaram para uma comunidade pautada por fortes laços de parentesco étnico. A vida ou a sobrevivência em liberdade (ou a sobrevivência) destes indivíduos foi reorganizada e reelaborada na diáspora na América em torno do parentesco étnico, lutando pela liberdade e por espaços de cidadania dentro da escravidão brasileira. |