Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Job, Juliana Martellet |
Orientador(a): |
Dani, Norberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258790
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Resumo: |
O uso do carvão mineral como combustível tem sido tema de discussão em eventos internacionais que promovem acordos de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), tais como a COP 26 que ocorreu em Glasgow em 2021. Assim, a necessidade de uma transição energética justa provocou governos e empresas para elaboração de planos de descarbonização, sobretudo referentes à eliminação gradual do carvão mineral. No Brasil, a representatividade do carvão na matriz energética é muito baixa (<5%) e as termelétricas a carvão localizadas na região sul do país são as menos eficientes e as maiores emissoras de CO 2e/kWh. A qualidade do carvão que ocorre nas jazidas da Formação Rio Bonito - Bacia do Paraná - é muito baixa, com altos teores de cinza e enxofre e baixo poder calorífico. Por esse motivo, a dificuldade no beneficiamento e a geração de grande quantidade de resíduos confere ao carvão brasileiro e a sua indústria de geração de energia, baixa eficiência e alto impacto ambiental. Apesar disso, vê-se um aumento no número de proposições de empreendimentos termelétricos a carvão mineral e de mineração de carvão no sul do Brasil. Dentre eles, destaca-se o Projeto Mina Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre - RS, pela escala da megamineração proposta em um ambiente de alta sensibilidade socioambiental. Frente a esse paradoxo, a pesquisa se divide em duas etapas: na primeira apresenta uma contribuição na avaliação do EIA/RIMA em conjunto de uma análise histórica da legislação pertinente. A partir da identificação de lacunas nos estudos geológicos do Diagnóstico Ambiental do Meio Físico, na segunda etapa, apresenta um dimensionamento do impacto da exploração. Na segunda etapa, técnicas de análises de fácies, Difração de Raio-X (DRX), Microscopia óptica em luz refletida, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e análises químicas em ICP-MS e ICP-AES foram utilizadas para caracterização mineralógica e geoquímica e do ambiente deposicional do carvão. As análises foram realizadas em cinco amostras coletadas em testemunho de sondagem disponível pela CPRM. Os resultados indicam a deposição de carvão em um ambiente lacustre com significativa contribuição continental de um fandelta e com pouca influência marinha. A maioria dos elementos químicos analisados apresenta alto conteúdo nas amostras, em comparação com a média mundial. Estes elementos tornam-se mais facilmente disponíveis ao meio ambiente quando associados a matéria orgânica e minerais argilosos do que os sulfuretos. Devido à ocorrência pouco expressiva de sulfetos e o destaque da caulinita em relação a outros argilominerais, sugere-se a associação dos elementos com a matéria orgânica e secundariamente com as argilas. Os elementos As, Zn e F são os mais críticos devido ao seu enriquecimento (>10 vezes a média mundial para As e Zn) e ao impacto potencial na saúde humana. |