A monotongação do ditongo decrescente /ej/ em amostra de recontato de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Toledo, Eduardo Elisalde
Orientador(a): Monaretto, Valeria Neto de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/39409
Resumo: No Português Brasileiro, os ditongos orais decrescentes [ej], [aj] e [ow] podem sofrer a aplicação de uma regra variável de apagamento do glide palatal [j] ou velar [w], como em peixe~pexe, caixa~caxa e ouro~oro. Em nosso estudo, descrevemos a alternância variável de [ej] e [e] na comunidade de fala de Porto Alegre, RS. Procedemos, primeiramente, à análise comparativa dos trabalhos de Cabreira (1996) e Amaral (2005), que tratam desse fenômeno variável em comunidades de fala do Rio Grande do Sul. A partir dessa análise, vimos que os estudos de Cabreira e Amaral convergem, nos fatores linguísticos, no que diz respeito ao papel do Contexto Seguinte, fricativa palatal e tepe, e à Morfologia do Ditongo, base da palavra; quanto aos fatores sociais, os resultados divergem absolutamente. As convergências confirmam resultados apresentados em outras pesquisas que analisaram diferentes regiões do País; as divergências podem refletir o papel social das comunidades. Nossa pesquisa busca descrever o ditongo [ej] do ponto de vista da Teoria da Variação e da Teoria Fonológica. Para isso, em primeiro lugar, selecionamos uma amostra de 14 informantes da cidade de Porto Alegre (RS) do banco de dados do Projeto NURC (Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta), entrevistados nos anos 1970 e recontatados no final dos anos 1990 pelo Projeto VARSUL (Variação Lingüística Urbana do Sul do País), totalizando, assim, 28 entrevistas. Procedemos à coleta e codificação de 1791 dados, com base nos seguintes fatores linguísticos e sociais: Contexto Fonológico Seguinte (fricativa, alveolar, tepe, nasal, vogal, labial e pausa); Tonicidade (tônico e átono); Natureza Morfológica (radical e sufixo) e Classe de Palavra (verbo e nãoverbo); Faixa Etária (20-29, 30-39, 40-49 e mais de 50 anos); e Sexo. Os dados codificados foram submetidos ao programa de análise estatística GoldVarb 3.0. Nossos resultados apontam o Contexto Fonológico Seguinte (fricativa palatal e tepe) como principal influência para a redução dos ditongos, seguido dos grupos de fatores lingüísticos Natureza Morfológica (radical) e Classe de Palavra (não verbos); os fatores sociais Faixa Etária e Sexo não foram selecionados pelo programa estatístico como relevantes para a aplicação da regra variável. Nossa análise em tempo real dos resultados, visando à observação do comportamento da variável em termos de contemporização ou mudança em progresso (cf. LABOV, 2008), identificou a monotongação de [ej] como um fenômeno estável de variação.