Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Janete Teresinha Pires de |
Orientador(a): |
Vieira, Sandra Maria Gonçalves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/159148
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Resumo: |
Introdução: No contexto do transplante de órgãos, a adesão à imunossupressão é imprescindível para evitar episódios de rejeição celular, perda do enxerto e óbito do paciente. No transplante hepático infantil, as taxas de não adesão aos imunossupressores variam de 10 a 70,4%, são aparentemente mais frequentes em pacientes adolescentes e raramente estudada em crianças abaixo de 12 anos de idade. Objetivos: determinar a prevalência de não adesão ao tacrolimo em crianças (idade no transplante < 12 anos), acompanhadas no Programa de Transplante Hepático Infantil do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, transplantados por no mínimo 1 ano, traçar o perfil dos pacientes classificados como sem adesão e identificar as possíveis repercussões desta sobre o enxerto. Material e métodos: Trata-se de uma coorte histórica de um único centro, onde os pacientes foram recrutados do banco de dados da Unidade de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram revisados os registros médicos de todos os pacientes pediátricos que receberam um enxerto hepático. Critérios de inclusão: procedimento realizado entre os períodos de 1999-2011, por qualquer indicação, em uso de tacrolimo como imunossupressão de manutenção e com no mínimo cinco níveis séricos do imunossupressor em intervalos de aproximadamente três meses. Excluídos pacientes em uso de medicamentos que pudessem interferir no nível sérico do imunossupressor. Não adesão ao tacrolimo foi definida como valores de desvio-padrão do medicamento ≥ 2, considerando-se no mínimo cinco medidas consecutivas do nível sérico (índice de variabilidade do nível do tacrolimo). As características clínicas, sociais, e demográficas dos pacientes, idade e nível educacional maternos definiram a variável perfil do paciente. ALT > 60 IU / l (excluídas infecção e hepatotoxicidade), rejeição celular histologicamente comprovada, perda do enxerto e morte do paciente definiram repercussão da não adesão sobre o enxerto. Análise Estatística: foram utilizados os testes T de Student para as variáveis descritivas e o qui-quadrado para as variáveis categóricas. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: Oitenta e seis pacientes menores de 12 anos foram submetidos ao transplante hepático nos períodos entre 1999 e 2011. Destes, sessenta e cinco preencheram os critérios de inclusão. Quinze foram excluídos, resultando em uma amostra final de cinquenta pacientes. Vinte e oito eram do sexo masculino (56%) sendo a média de idade de 4,0 ± 3,5 anos. A atresia biliar representou 62% das indicações de transplante, 87,7% eram lactentes e escolares. Não adesão medicamentosa foi observada em 22 (44%) dos pacientes e nas famílias com maior renda (p=0,045). Houve uma tendência da não adesão ser mais frequente nas famílias cujas mães tinham maior escolaridade (p=0,051). A média de idade materna foi de 31 anos e esta variável não esteve associada aos desfechos. ALT > 60 UI/l foi mais frequente nos pacientes sem adesão medicamentosa (p=0,035) e prontamente resolvida após ajuste da imunossupressão. A rejeição celular aguda foi semelhante entre os grupos (p=0,90). Óbito ou perda do enxerto não foram observados. Conclusão: Houve alta variabilidade do nível de tacrolimo na amostra estudada. Esta foi mais prevalente nas famílias com maior renda. Elevação transitória da ALT foi a principal repercussão dessa variabilidade sobre o enxerto. O índice de variabilidade do nível sérico de tacrolimo ≥2DP pode sugerir alguma falha da adesão medicamentosa. |