Projetos escolares no ensino de Botânica : indissociabilidade na alfabetização e iniciação científica

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Dourado, Diego Augusto Oliveira
• Orientador(a): Almeida, Cecília de Fátima Castelo Branco Rangel de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Iniciação científica; Botânica; Ensino; Caatinga
• Palavras-chave em Inglês: High school; Biodiversity; active methodologies; medicinal plants
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249911

A Botânica é a área da Biologia que estuda as plantas em diferentes níveis, sendo estas, historicamente utilizadas pelo homem para diversos fins. Seu estudo, permite a compreensão da importância dos vegetais para a vida no planeta e uma maior consciência sobre as questões ambientais. Apesar de sua relevância, é vista pelos alunos como desestimulante, tediosa e complexa. Os vegetais fazem parte do cotidiano, o que representa uma poderosa ferramenta para aulas práticas e projetos de Iniciação Científica (IC) que contribuam para o desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC), que pode ser definida, como o conjunto de conhecimentos que facilitam os indivíduos realizarem a leitura do mundo, com competências e habilidades que lhes permitam participar de forma ativa da sociedade que vivem. Partindo desse ponto, esse trabalho teve como objetivo geral: Investigar a interrelação entre aplicação de projetos de AC e IC na área da Botânica para a aquisição de competências e desenvolvimento de habilidades que contribuam para o melhor entendimento dos alunos de Ensino Médico (EM) sobre o ambiente natural, a identificação, classificação e importância da vegetação do bioma Caatinga. Para contemplar esse objetivo, foram realizados 3(três) artigos, um de revisão de literatura e dois relacionados a trabalhos desenvolvidos no ambiente escolar. A pesquisa ocorreu entre julho e dezembro de 2019, com as turmas B e C da segunda série do EM. A primeira era composta por 37 alunos, do turno vespertino, em sua maioria, tímidos, atenciosos e responsáveis. A segunda era formada por 36 estudantes, do turno noturno, que apresentavam perfil comunicativo, dinâmico e discursivo. Ambas as salas tinham boas relações interpessoais, obedeciam às normas e possuíam afinidades pelas aulas práticas e atividades em grupo. Em sala de aula, ocorreram oficinas e orientações sobre os projetos de IC. Para verificar o desenvolvimento dos alunos também foram aplicados questionários diagnósticos e avaliativos. Os estudantes da turma B, realizaram o levantamento taxonômico de cactos endêmicos ocorrentes na região, enquanto os da C, trabalharam com as espécies vegetais encontradas na feira livre. As pesquisas enquadraram-se como exploratória, de campo, quantitativa-qualitativa, sendo também utilizada a pesquisa-ação. Quanto aos instrumentos de coleta de dados foram utilizados, a observação, a entrevista semiestruturada, o questionário e o depoimento. E como resultado foram registrados 113 táxons, catalogados em 46 famílias. Do total, 67 foram descritas como medicinais. Além, da identificação de 7 espécies de Cactaceae endêmicas da Caatinga. Os alunos também produziram diversos materiais, como banners, jogos e histórias em quadrinhos sobre o tema, e realizaram apresentações em eventos científicos. A aplicação dos projetos de IC contribuíram para a promoção da AC, na medida que os estudantes compreenderam os conceitos científicos relativos à disciplina de Biologia e tiveram a oportunidade de participarem do processo de produção do conhecimento e tomada de decisões, demonstrando maior interesse pela área da Botânica, além do desenvolvimento de uma postura crítica e do protagonismo em suas ações.