Influência das práticas de incentivo e apoio à amamentação em maternidades na prevalência do aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida do bebê

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bizon, Agnes Meire Branco Leria
Orientador(a): Giugliani, Elsa Regina Justo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188964
Resumo: Apesar das evidências sobre o impacto positivo da amamentação exclusiva na saúde da criança e da mãe, sua prevalência é preocupante, pois mesmo sendo um poderoso comportamento de promoção de saúde ainda é pouco adotada. Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de se intensificar esforços em prol da amamentação exclusiva e identificar estratégias para tal. Algumas práticas de incentivo à amamentação nas maternidades se associam ao aumento na duração da amamentação e existe uma relação dose-resposta entre o número de práticas às quais as duplas mãe-bebê são expostas e a duração da amamentação exclusiva. Porém, não há estudos que tenham avaliado o efeito de um conjunto de práticas pró-amamentação em maternidades nas prevalências de amamentação exclusiva. A ideia do presente estudo nasceu a partir do conhecimento desta lacuna, tendo como objetivo avaliar a associação entre o conjunto dessas práticas e a prevalência de amamentação exclusiva no primeiro mês de vida do bebê, levando em consideração a contribuição de cada uma das práticas nesse efeito. Trata-se de um estudo transversal envolvendo 287 mulheres que tiveram parto em duas maternidades em Porto Alegre, Brasil: uma pública, com certificação na Iniciativa Hospital Amigo da Criança, e outra privada, sem certificação nessa Iniciativa. Foram selecionadas aleatoriamente mulheres que tiveram recém-nascidos a termo, não gemelares e sem intercorrências neonatais. Após 30 dias do parto, elas foram entrevistadas em seus domicílios. As práticas avaliadas foram: contato pele a pele, amamentação na primeira hora de vida, alojamento conjunto ininterrupto, apoio profissional na amamentação, orientações sobre amamentação, incentivo à amamentação em livre demanda, não suplementação com fórmula infantil e não uso de chupeta. Foi elaborada uma variável latente, que resume em uma única medida os resultados dessas práticas, denominada escore de práticas pró-amamentação, através do ajuste de um modelo da Teoria de Resposta ao Item (TRI), o Modelo Logístico de Dois Parâmetros, que permite que cada prática tenha seu parâmetro de discriminação e dificuldade estimados individualmente. A associação entre amamentação exclusiva aos 30 dias de vida e o escore de práticas pró-aleitamento foi verificada por meio de regressão de Poisson com variância robusta, sendo estimada razão de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC 95%). Como resultados, encontramos prevalência de amamentação exclusiva aos 30 dias de vida da criança de 61,7%. As práticas com maior capacidade de discriminação, ou seja, que mais contribuíram na estimativa do escore foram: apoio profissional para amamentar, orientações sobre amamentação e incentivo à livre demanda. Já as práticas mais difíceis foram: recém-nascido 9 colocado para mamar na 1ª hora de vida, incentivo à livre demanda e não uso de fórmula infantil. A análise multivariável estimou que a cada unidade (desvio padrão) de acréscimo no escore há um aumento de 20% na prevalência de amamentação exclusiva aos 30 dias de vida. Concluímos que a associação entre prevalência de amamentação exclusiva no primeiro mês de vida do bebê e o escore de práticas pró-amamentação nas maternidades aponta para a importância do conjunto dessas práticas para a melhoria dos indicadores de aleitamento materno.