Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Luciano de Topin |
Orientador(a): |
Comas, Carlos Eduardo Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/72485
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Resumo: |
Aprofundar-se no estudo das propostas urbanas elaboradas pelas vanguardas do movimento moderno é, também, desenvolver um raciocínio sobre a relevância da arquitetura enquanto parâmetro de reflexão acerca da sociedade. O período de estudo deste trabalho — os vinte e cinco anos que separam as duas grandes guerras do século XX — representaram para a disciplina da arquitetura — e para os arquitetos — assumir um papel protagonista na forma de pensar (e propor) as cidades. Se o urbanismo, conforme definido por Françoise Choay, é uma matéria elaborada como tal para solucionar o problema específico da cidade maquinista, o urbanismo moderno agrega a este objetivo responsabilidades para com a transformação da sociedade como um todo. As vanguardas intelectuais do início do século XX, entusiasmadas com as possibilidades abertas pela nova realidade de um mundo em rápida transformação, enxergaram na mecanização o catalisador das mudanças sociais que trariam um novo equilíbrio nas relações entre o homem e seu meio. A possibilidade de interpretar todos os aspectos da vida a partir de um processo abstrato e racional parecia apontar o caminho seguro a ser seguido na busca de soluções às condições de vida degradantes nas metrópoles emergentes na nova ordem do capitalismo industrial. Seria através das leis da razão, aplicadas a todas as instâncias da vida, que seria reestabelecida a harmonia abalada pela incompatibilidade entre o novo mundo industrial mecanizado e as estruturas — físicas, culturais e sociais — das cidades existentes. A própria utopia maquinista é, portanto, metropolitana; é na metrópole que as mudanças devem ocorrer e é sobre seus porvires que serão elaborados os argumentos do discurso moderno. O objetivo deste estudo é refletir sobre a estrutura do discurso retórico da Utopia Maquinista no urbanismo e fazê-lo através de um paralelo com o cinema. Em ambos os casos, identifica-se um caráter de urgência e de catástrofe iminente que irá se impor, tanto como consequência dos avanços de um mundo mecanizado, quanto como resultado da incapacidade de se adaptar a ele. O medo — uma falácia retórica — é o argumento no sentido do qual são aplicadas as ferramentas de retórica — pathos, ethos e logos —, que estruturam este trabalho. O capítulo “Pathos — a manipulação das partes” trata da forma como o cinema e urbanismo manipulam os fragmentos no ímpeto de representar, de forma dramática, o todo. Foi através de associações patéticas à imagem da máquina que as vanguardas atribuíram valores e significados que deixassem bem claro a sua posição ideológica. Em “Ethos — tábula rasa e ressurreição” são identificadas as condições para que a utopia maquinista fosse posta em marcha. Se, por um lado, a realidade das metrópoles tornava a vida insuportável, fazendo com que a ideia de transformação radical fosse algo plausível e até desejável, por outro lado, vivia-se, desde meados do século XIX, um ambiente de ruptura da ordem socioeconômica vigente com desdobramentos, em muitos casos, traumáticos. “Logos — racionalismo e a metrópole do futuro” tenta dar conta dos planos de intervenção urbana que forjaram a ideia de cidade eficiente, nos termos de Taylor e Ford. É nos Estados Unidos que as vanguardas europeias vão buscar a terra prometida da era da máquina, com seus centros urbanos verticalizados e seus processos de produção em série. A metrópole maquinista propunha-se como cura definitiva para uma sociedade enferma. Um remédio que combinava doses de higiene e integridade estética no combate aos males da insalubridade e do subterfúgio academicista e que contaminava, de forma letal, a cidade-paciente. “Pathos, Ethos e Logos: por uma nova metrópole” apresenta uma nova cidade para um novo homem na forma de uma síntese infalível entre racionalismo e o “espírito da época”, causa e consequência da elevação do espírito humano e a única alternativa possível ao extermínio. O último capítulo do trabalho trata do herói — a figura-síntese que personifica todos os valores morais e éticos tidos como desejáveis — a serviço de quem a retórica que defende o argumento proposto pela trama é posta em marcha. O “Epílogo” busca identificar traços da personalidade do arquiteto-herói — o autor por trás do discurso — sem, no entanto, pretender uma análise psicológica completa nem tampouco mergulhar na psique de nenhum dos grandes nomes do Movimento Moderno. As características aqui descritas procuram, sim, aproximar autor e discurso, compreendê-lo como agente de transformação social que tinha como principal ferramenta de ação a disciplina da arquitetura. |