Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Nilsa Maria Conceição dos |
Orientador(a): |
Doll, Johannes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/142030
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Resumo: |
Esta dissertação investigou alguns dos saberes produzidos pelas mulheres negras e velhas nas relações de poder e nos seus relacionamentos. É uma pesquisa qualitativa, para a qual foi utilizada a técnica de entrevista narrativa na coleta dos dados. Foram entrevistadas seis mulheres autodeclaradas negras (pretas e pardas), com idades entre 72 e 86 anos. A análise dos dados é de inspiração Foucaultiana e utilizou os procedimentos que controlam, regulam e delimitam os discursos, desenvolvidos por Foucault em sua obra “A Ordem do Discurso” (2013). Buscou-se interrogar os saberes das negras velhas nas perspectivas do envelhecimento, do trabalho, da sexualidade e da religiosidade, além das relações com alguns discursos hegemônicos dessas temáticas: quais os saberes que eles proporcionam? Com quais polemizam? Com quais se articulam? Quais as estratégias de adesão? Quais as estratégias de resistência? Na temática do envelhecimento, os saberes suscitados foram: “Reconhecimento da diferença”; “Eu não quero ser velha!”; “Depressão: evitar!”; “Fase de conquistas” e “Planos para o futuro”. Em relação ao envelhecimento, observou-se que essas mulheres estão muito bem, contrariando alguns discursos dominantes sobre a compreensão da velhice que, ainda vista como um fardo, fomenta o discurso de horror a essa fase da vida que circula em diversos setores. Na temática do Trabalho, os saberes foram “Potencial laborativo” e “Reconhecimento da diferença no trabalho”, com destaque para o avanço na mobilidade social e educação formal dessas mulheres em relação à geração anterior. Ficou evidente o potencial dessas mulheres, expresso e materializado em suas práticas, nos efeitos de seus discursos que materializam uma condição financeira que as permite viver com mais conforto e qualidade de vida do que a geração que as antecedeu. Elas relatam situações de racismo enfrentadas e como a diversidade de origem, cultural e de classe não era contemplada nas escolas, e o quanto essa discussão sobre diversidade é recente. Na temática da Sexualidade, os saberes foram denominados “Não ao sexo rei”, trazendo um discurso que pode modificar substancialmente as relações de poder e, talvez, constituirse em uma alternativa de resposta à indagação de Foucault (2013) sobre o que há, afinal, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente? E, na temática da Religiosidade, os saberes foram “Ecumenismo” e “Poder da fé”, em que se materializam os efeitos de um discurso acerca da compreensão da importância e dos benefícios de uma experiência religiosa diversa, e do poder da fé para o enfrentamento das adversidades, o qual atua como um fator de proteção contra sentimentos de abandono e solidão e, ao mesmo tempo, fortalece uma visão positiva da vida. |