Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Bossle, Marilia Bonzanini |
Orientador(a): |
Nascimento, Luis Felipe Machado do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/30370
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Resumo: |
O valor final das mercadorias no século XXI nem sempre espelha o valor da matéria-prima, mão-de-obra e tecnologia adicionada em cada etapa da cadeia de valor. Ou seja, quem produz ganha pouco e quem compra, paga muito. O comércio justo, foco de estudo desse trabalho vem como uma alternativa para acabar com essa diferença de remuneração que existe na cadeia produtiva. Define-se o comércio justo como uma associação comercial orientada para o desenvolvimento sustentável, com foco nos produtores excluídos ou em desvantagem, propondo melhores condições comerciais. Dentro desse contexto, destaca-se a cadeia do algodão agroecológico, que se diferencia do tradicional por não utilizar insumos químicos no processo de produção e por ser intensivo em mão-de-obra. Dentro da cadeia de valor pesquisada neste trabalho, o algodão é produzido em estados do nordeste e no Paraná, e é vendido para duas organizações, a Tênis e a Rede Justa Trama. Ambas utilizam o algodão e dentro dos conceitos do comércio justo produzem e comercializam os produtos finais. Considerando a ampliação do comércio justo em nível mundial e o incipiente crescimento nos países em desenvolvimento, esse trabalho foi desenvolvido para responder à seguinte pergunta: Quais são as restrições e oportunidades para a difusão do comércio justo no Brasil? Para responder a pergunta, foi realizado um estudo de caso, onde foram consultados especialistas em comércio justo e representantes de organizações do comércio justo no Brasil. Além disso, foi analisada a parte final da cadeia do algodão agroecológico, ou seja, a comercialização dos produtos pela Justa Trama e pela Tênis. A partir do estudo realizado, foi possível verificar que existe a necessidade de uma visão sistêmica da cadeia, e que os consumidores têm o poder de escolher o que vão comprar e quais organizações que vão apoiar. Com relação à disseminação do comércio justo, acredita-se que uma divulgação mais ampla dos conceitos, com apoio da sociedade, empresas, universidade e governo poderia ajudar. Os consumidores, de um modo geral, querem produtos de qualidade. Dessa forma, devem ser feitos investimentos em capacitação e no desenvolvimento de produtos. A comercialização é feita preponderantemente pela internet. As semelhanças identificadas entre a Rede Justa Trama e a Tênis: equilíbrio entre o que plantam e vendem, perfil dos consumidores, ambas são uma marca e têm parceria com a Europa, apresentam competências chaves para a gestão sustentável da cadeia de suprimentos e valorizam a aprendizagem e disseminação do conhecimento. Com relação às diferenças, as suas origens, a estratégia de produção e comercialização dos produtos apresentam características distintas. A Tênis terceiriza a produção e só produz para exportação enquanto a Justa Trama tem toda a produção nas cooperativas da cadeia. A importância da certificação está relacionada à organização do setor. No comércio justo, a regra continua sendo ganhar, mas permitindo um ganho mais equitativo para todos os elos da cadeia. Desenvolvendo as comunidades carentes e dando oportunidades para que todos ganhem e tenham acesso aos mercados também. |