Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Pelissioli, Marcelo |
Orientador(a): |
Maggio, Sandra Sirangelo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/15320
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Resumo: |
Os primeiros textos do escritor inglês George Orwell consideram o apelo do ideário comunista, ao passo que seus dois últimos romances, A Revolução dos Bichos (publicado em 1946) e 1984 (publicado em 1949) se contrapõem radicalmente a esse regime. Ao longo da segunda metade do século XX, foi-se estabelecendo a mística de uma forte ligação entre a obra de Orwell e o histórico do regime comunista, de modo que, com a queda do Comunismo, o desinteresse pelo assunto parece haver provocado uma diminuição no conceito dos méritos do escritor. O argumento da presente dissertação é que estamos frente a um momento nevrálgico no desenrolar da fortuna crítica de George Orwell, no qual a leitura alegórica feita até aqui deve ser substituída pela leitura simbólica, para que os textos do autor possam transcender à derrocada do movimento Comunista, sustentando-se na estética de sua literariedade e na atemporalidade de seu apelo ético. Em outras palavras, não é o texto de Orwell que precisa ser mudado, e sim, o ângulo de abordagem daqueles que constroem a fortuna crítica do autor, pois as referências temporais desgastadas diminuem a potencialidade interpretativa das obras. Um ponto comum que permanece, e que transpassa a obra literária de Orwell, é a opressão exercida por quaisquer sistemas políticos que possam ter atitudes consideradas totalitárias. Esta observação não remete apenas ao sistema comunista, mas também ao imperialista, ao autocrático, e até mesmo ao democrático. Orwell demonstra que um sistema não é totalitário por si só, mas através de suas atitudes em relação ao povo. Se, na época de seus lançamentos, a temática totalitária foi relacionada ao comunismo, tomando-se os textos como alegorias irreversíveis do discurso anti-comunista, a queda daquele regime, ou sua gradual abertura a práticas capitalistas, não basta para condenar as obras de Orwell ao anacronismo, descartando maiores possibilidades interpretativas. Ao propor uma releitura de A Revolução dos Bichos e 1984 substituindo as referências ao comunismo por qualquer tipo de prática totalitária — e concentrar o foco das observações no que é simbólico, ao invés de alegórico — acredito estar cumprindo minha parte neste processo de resgate da fortuna crítica de um escritor que considero ser um dos mais honestos e competentes de seu tempo. |