Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Seidel, Verônica Franciele |
Orientador(a): |
Zandwais, Ana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/140870
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Resumo: |
Entendemos, conforme a perspectiva bakhtiniana, que nenhum fato ou fenômeno da natureza tem significado em si mesmo, mas que tal significado surge justamente por meio da língua. Sendo assim, a análise da língua auxilia a compreender os posicionamentos ideológicos que sustentam os discursos. Tendo isso em vista, pretendemos compreender como o gênero de divulgação científica, estreitamente relacionado com o gênero científico, funciona e quais são os mecanismos de que se utiliza para estruturar suas práticas discursivas. Para isso, analisamos um artigo científico e um artigo de divulgação científica acerca da experimentação científica em animais, utilizando como categorias de análise do artigo científico as noções de tema/significação e discurso de outrem/citação e como categorias de análise do artigo de divulgação científica as noções de discurso parafrástico. A fim de guiar nossa análise, propusemo-nos a responder as seguintes questões: a) quais são as condições sociais e históricas que originaram esse gênero?; b) quais as suas finalidades?; c) esse discurso é de cunho perifrástico ou parafrástico?; d) quem são os interlocutores levados em conta durante a construção dos seus enunciados?; e) qual a resposta que se espera desse auditório?; f) de que modo o tema dos artigos selecionados para análise é significado? Percebemos que as primeiras manifestações de divulgação científica ocorreram em um contexto em que as atividades relacionadas à ciência eram escassas, havia pouquíssimas instituições de ensino superior no país e a maioria da população era iletrada. Havia, dessa forma, a necessidade de: elaborar materiais sobre a ciência calcados em parâmetros culturais e linguísticos acessíveis às pessoas em geral; obter fundos e reconhecimento para a ciência; intervir na realidade de alienação do povo; e servir aos interesses econômicos de organizações como as editoras e a indústria farmacêutica. Entendemos que os discursos de divulgação científica são o resultado de um processo de parafraseamento de discursos científicos, funcionando discursivamente como um trabalho de reformulação e de pedagogização do discurso científico. Percebemos, também, nos discursos analisados, a perspectiva de que o emprego de animais é imprescindível ao progresso da ciência, de modo que toda e qualquer atividade contrária à realização de tal prática é vista como radical e prejudicial ao desenvolvimento científico. A partir disso, observamos que o discurso de divulgação científica referenda o status quo do modo de produção científico. |