Estudo de técnicas neurofisiológicas para a avaliação da dor em indivíduos normais e pacientes com doença de Parkinson e dor central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Schestatsky, Pedro
Orientador(a): Chaves, Marcia Lorena Fagundes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/11408
Resumo: Aproximadamente 40-75% dos pacientes com doença de Parkinson (DP) sofre de dor crônica. Entre os diversos tipos de dor, a do tipo central primária (DCP) é uma das mais incapacitantes e de menor entendimento fisiopatológico. O objetivo principal do estudo foi caracterizar do ponto de vista neurofisiológico a dor do tipo central nos pacientes com DP. Para isso dividimos o projeto em duas etapas: (1) analisar a correlação entre sensação subjetiva (avaliada através do teste de quantificação sensitiva - TQS) e respostas autonômicas sudomotoras (atividade eletrodérmica – AED; e resposta sudomotora cutânea - RSC), durante estímulos termoalgésicos variados em indivíduos normais e (2) avaliar o TQS a estímulos termoalgésicos e respostas corticais (PELs) e sudomotoras simpáticas induzidas por estímulos por raio laser (l-RSC) em 9 pacientes com DP que se queixavam de dor do tipo central (pacientes DP-DCP). No primeiro estudo, observamos que estímulos termoalgésicos induzem respostas reflexas consistentes na atividade cutânea simpática (AED e RSC), sendo que esta apresenta correlação significativa com a percepção subjetiva de calor e dor por temperatura. Assim, concluímos que a avaliação concomitante de mudanças na atividade sudomotora com testes psicofísicos pode trazer informações adicionais sobre conseqüências fisiológicas destes estímulos, oferecendo possibilidades interessantes para a prática clínica e de pesquisa. No segundo estudo, utilizamos o paradigma estudado no primeiro, com TQS, l-RSC e PELs. Uma vez que os sinais sensitivos evocados por raio laser transitam pelas fibras de pequeno calibre e pelo trato espinotalâmico (principal via da dor), através destas técnicas, procurou-se avaliar a integridade da via nociceptiva dos pacientes DP-DCP. Ao final, observamos que, apesar de apresentarem limiares diminuídos para a percepção de dor por temperatura e laser (indicando hiperalgesia), a condução de impulsos dolorosos através do trato nociceptivo central e periférico foi normal nos pacientes DP-DCP. Entretanto, estes mesmos apresentaram efeitos anormais de impulsos dolorosos sobre centros autonômicos geradores de respostas cutâneas simpáticas. Devido ao fato destas anormalidades terem sidoparcialmente modificadas após a administração de levodopa, isto sugere que pacientes com DP-DCP talvez sofram de uma disfunção ao nível de estruturas neurais dependentes de dopamina que regulam ambas funções autonômicas e de modulação inibitória de impulsos dolorosos.