Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Pedro Ivo Campani de Castro |
Orientador(a): |
Fagundes, Nelson Jurandi Rosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/221548
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Resumo: |
A "classificação" de indivíduos em espécie ainda é um dos assuntos mais debatidos nas Ciências Biológicas. O gênero Gymnogeophagus Miranda Ribeiro, 1918 de ciclídeos neotropicais, contém 18 espécies válidas, sendo as duas espécies, foco deste estudo, reconhecidas há longo tempo como espécies irmãs. Gymnogeophagus labiatus, que ocupa rios de fundo rochoso nas bacias da laguna dos Patos (BHP) e do rio Tramandaí (BHT), e G. lacustris, que ocupa lagoas costeiras de fundo arenoso na BHT somente. Recentemente um estudo baseado em DNA barcode, com o gene mitocondrial Citocromo Oxidase I (COI), não conseguiu separar essas duas espécies na BHT, apontando diferenças genéticas consideráveis entre indivíduos de G. labiatus da BHP e BHT. Uma hipótese é que G. lacustris divergiu de G. labiatus há pouco tempo, de tal forma que o COI, um marcador genético conservado, é incapaz de separar entre estas duas espécies (tal que a classificação taxonômica atual é adequada para o grupo). Alternativamente, G. labiatus e G. lacustris da BHT podem constituir, de fato, em uma população coesa, igualmente diferenciada das populações na BHP (tal que as diferenças entre bacias hidrográficas distintas refletem melhor a história do grupo). Nesse estudo, foram utilizados dados morfológicos e moleculares para avaliar as duas hipóteses mencionadas acima. Os indivíduos analisados foram provenientes da Coleção Científica do Laboratório de Ictiologia da UFRGS. Foram encontrados três clados mitocondriais: o primeiro composto por haplótipos distribuídos entre G. labiatus e G. lacustris da BHT, sendo dois desses compartilhados entre espécies. Os outros dois clados ocorram em indivíduos de G. labiatus da BHP, sendo um deles restrito à sub-bacia do Camaquã (SBC), onde foram encontrados indivíduos dos dois clados. As análises morfológicas agruparam os indivíduos da BHT separadamente da BHP, especialmente em relação ao tamanho da nadadeira peitoral, comprimento do focinho e padrão de coloração quando vivo. A área do lábio, considerada a principal medida diagnóstica para as duas espécies, apresentou plasticidade acentuada tanto na BHP como na BHT, questionando sua utilidade taxonômica. No geral, os resultados corroboram a estreita relação evolutiva entre as populações da BHT, sugerindo que os indivíduos que ocorrem nos rios da BHT devem ser interpretados como ecomorfos de G. lacustris com lábios hipertrofiados. Assim, os resultados sugerem que as populações da BHT são todas pertencentes a G. lacustris, enquanto G. labiatus é restrita à BHP. |