Perfil dos adotantes de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lazzari, Helen Estima
Orientador(a): Carvalho, Paulo Cesar de Faccio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233195
Resumo: Os Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPA) são sistemas de produção sustentáveis, que associam a produção animal e vegetal em diferentes escalas espaço-temporais, a fim de explorar o sinergismo entre ambas. São sistemas que intensificam o uso da terra pela diversificação de produção, otimizam o uso de recursos naturais, promovem serviços ecossistêmicos, além de incrementarem a renda. Esses sistemas ressurgiram como alternativa aos sistemas excessivamente especializados e intensivos. No Brasil, a adoção ainda é baixa e o estado do Rio Grande do Sul é o que possui maior proporção de adoção por área sob uso agropecuário. Políticas públicas foram criadas para o fomento aos SIPA, mas a adesão dos produtores tem sido baixa. Assim, o objetivo desse estudo foi identificar as características determinantes para produtores rurais adotarem, ou não, os SIPA, e classificar, por ordem de importância, as variáveis envolvidas na tomada de decisão. O cenário de estudo foi o do Rio Grande do Sul. Entrevistas guiadas (n=944) foram realizadas com agricultores de soja e de milho, e com pecuaristas de corte, leite e corte+leite. Para se testar a hipótese de que a atividade principal do produtor, agricultor ou pecuarista, influencia na adoção de SIPA, e a relação entre variáveis independentes com a adoção de SIPA, regressões logísticas foram realizadas. Posteriormente foi utilizada análise de Random Forest para a determinação da ordem de importância das variáveis. Os resultados demonstraram que 44% dos agricultores e 52% dos pecuaristas adotam SIPA (P<0,04). Pecuaristas são 39% mais propensos à adoção do que agricultores. A variável classificada em primeiro lugar na ordem de importância foi a cultura principal da propriedade, onde o milho foi a de menor adoção (P<0,0001). Produtores com mais de 60 anos (P<0,02) e propriedades com até duas culturas agrícolas (P<0,01) têm menores chances de adoção, enquanto propriedades maiores são mais propensas à adoção (P<0,003). A maior adoção de SIPA por pecuaristas permite que políticas públicas direcionem recursos e estabeleçam programas para incentivar o contato com a agricultura, com o intuito de melhorar o nível de integração em propriedades adotantes e difundir esses sistemas em propriedades especializadas. A menor adoção em propriedades que têm o milho como cultura principal gera um alerta dos riscos em sistemas excessivamente especializados. Políticas públicas devem fomentar iniciativas que promovam a transferência de conhecimento sobre SIPA e a integração entre produtores, técnicos, comunidade científica e agentes financeiros, a fim de difundir e potencializar o uso desses sistemas. A difusão do conhecimento através de reuniões técnicas, dias de campo e boletins são essenciais para o alcance desse objetivo. Com isso, o Brasil pode se tornar um modelo global de sistemas de produção resilientes e com segurança alimentar.