Perspectiva e alteridade : visões sobre arte, loucura e antropologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Testa, Federico Leonardo Duarte
Orientador(a): Avancini, José Augusto Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/97689
Resumo: O presente trabalho visa estabelecer um exercício de perspectiva entre arte e loucura. Atentando para aquilo que é outro, heterogêneo, estrangeiro, constrói- se o terreno para perguntar o que pode a loucura dizer e revelar sobre a arte e a história da arte, e o que pode a arte dizer sobre a loucura. Paralelamente, pergunta-se pelo potencial da antropologia em relação a ambas: como a etnografia e a atitude antropológica podem se construir como paradigma para a teoria e a crítica de arte? A partir da imersão etnográfica em um contexto de reclusão onde arte e loucura se encontram - a oficina de criatividade de um hospital psiquiátrico -, pergunta-se o que podem a antropologia e a etnografia diante da loucura, suas obras e processos. Discute-se, então, uma “virada etnográfica” na arte contemporânea e uma “virada antropológica” ou “etnográfica”, ainda por realizar, na crítica de arte, situando-a enquanto experiência vivida, imersão e criação. Como transformar essas experiências em paradigma para pensar não só as artes dos outros, mas outras artes, outras possibilidades e modos de ser da arte? A partir de visões de diferentes formas pelas quais a busca e o contato com a alteridade se fizeram nas artes visuais, chega-se a indagar pela arte dos loucos. Nesse percurso são mobilizados diferentes referenciais como o Surrealismo, Jean Dubuffet, Arnulf Rainer, Bispo do Rosário, Michel Foucault, entre outros. Nesse exercício, não se perdeu de vista a dimensão política da exclusão dos atores sociais tidos como loucos. A escrita foi vista enquanto tarefa ética frente à memória do sofrimento dos excluídos. A todo o instante, é retomado o questionamento sobre como seguir a linha que liga arte e loucura, sem confirmar compromissos policiais e asilares com as instituições intoleráveis e repressivas de nossa cultura.