Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1993 |
Autor(a) principal: |
Avila, Everton Gonçalves de |
Orientador(a): |
Eizirik, Marisa Faermann |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/200702
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Resumo: |
Este estudo nasceu da preocupação em compreender como se dá a construção da subjetividade feminina no interior de um convento Analiso assim, as formas de preparação e interação daquelas que optaram em seguir a vida religiosa, em momento anterior ao Concílio do Vaticano II. Explica-se este corte temporal, por acreditar que será a partir deste Concílio (década de 60 deste século) que se instalam profundas transformações na concepção de vida religiosa como um todo. As fontes utilizadas neste trabalho constituem-se de relatos orais e documentação escrita. Os relatos foram obtidos a partir de experiências de vida de uma freira, durante o momento histórico de interesse nesta tese. A documentação escrita consiste basicamente de publicações mensais dirigidas às religiosas. Estabeleço cinco etapas neste trabalho. O Prólogo, reflete a trajetória que vivi, enquanto pesquisador, desde a escolha do tema até a sua configuração final. Neste sentido, optei em apresentar as variações teórico-metodológicas que me auxiliaram frente aos problemas que surgiram durante a pesquisa. No primeiro capitulo, através da história das mentalidades, estabeleço uma relação entre o papel feminino e a própria trajetória da Igreja Católica. Para esta análise, utilizo-me basicamente de fontes literárias de ficção e, em alguns casos, de autobiografias ou do estudos teológicos sobre o tema. Procuro resgatar quais são as imagens e funções da mulher dentro da Igreja e quais suas atitudes e ações transformadoras no decorrer da História, da Idade Média até a entrada do nosso século. O segundo capitulo apresenta fontes escritas e orais, principalmente o Código do Direito Canônico. Faço um paralelo das regras institucionais com as leis da própria Igreja, procurando, com isso, apresentar os mecanismos de poder que existem e coexistem dentro de uma realidade conventual. Procuro estabelecer dois momentos distintos dentro da Igreja: a unidade (representado pelo Código do Direito Canônico); a diferença, ou autonomia, (representado pelas Constituições particulares de cada Congregação.) Já no terceiro capitulo, estabeleço um quadro mais dinâmico, principalmente quanto ao processo de formação de uma noviça, dando prioridade para as relações educacionais responsáveis por uma postura conventual voltada para a vigilância e a disciplina. Fundamenta-se assim, as bases para uma relação hierárquica de obediência, que refletem uma radiografia do cotidiano do convento. No quarto e último capítulo, resgato, a nível de mentalidades, as transformações internas e externas que a Igreja sofreu no decorrer de sua história para a instalação do Concílio do Vaticano II. Meu interesse pelo Concílio reside no fato de que, a partir deste, pode se perceber uma quase completa reviravolta nos rumos e interesses que a Igreja, e a própria humanidade, desejam e esperam da vida religiosa. Para este trabalho utilizei-me de um referencial teórico bastante variado mas que, ao mesmo tempo, me permitiu rastrear as transformações e influências dos conventos na formação da subjetividade religiosa. A opção por uma maior diversidade de concepções teóricas no desenvolvimento deste trabalho deve-se ao fato de acreditar ser possível construir uma postura metodológica voltada quase que exclusivamente para o diálogo com as fontes, que invariavelmente determinaram os rumos deste estudo. A vida de clausura constitui-se em principal objeto de estudo e interesse neste trabalho, na medida em que representa um modelo de processo disciplinar. Em sua constituição normativa, e altamente hierarquizada, é possível perceber um constante movimento de interesses vários, e uma certa autonomia, frente ao ordenamento de vontades que a instituição conventual possa representar. Dentro desta abordagem procuro estabelecer de que forma se dá o movimento de interesses femininos (interior do convento) dentro de uma instituição universalmente masculina (Igreja Católica). |