Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Machado, Rita de Cássia Fraga |
Orientador(a): |
Ribeiro, Jorge Alberto Rosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/94709
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Resumo: |
Educar neste trabalho assume uma característica revolucionária. Educar está ligado à emancipação humana e à superação do capital. O educar necessário é para o não trabalho explorado, uma inserção subordinada ao capital na forma de emprego alienado. O educar nesta tese é para o trabalho que liberta e se apresenta como valor de uso capaz de criativamente libertar-se do valor de troca, do mercantil simples, ou seja, do trabalho como valor de troca. O trabalho e a educação para a reprodução da vida das desempregadas a que se refere este trabalho se apresentam como enfrentamentos às formas alienantes e subordinadas do capital e, ao mesmo tempo, como projetos de superação do mesmo. Fundamentamo-nos, principalmente, nos estudos de Marx, Oliveira, Gramsci, Engels, Iasi, Manacorda, Freire e Saviani. O trabalho é fundante do ser social e no conjunto de atividades intelectuais e manuais organizadas pela espécie. Para Marx (2010), os homens, para existirem, devem ser capazes de se reproduzir enquanto seres humanos. Uma forma específica desta reprodução é dada por uma peculiar relação dos seres humanos com a natureza através do trabalho. A categoria do trabalho emerge, desta forma, como categoria central do ser social. O conceito de educação esta baseado na definição da formação humana. A questão, portanto, que necessita ser examinada neste trabalho é em que consiste a formação humana de mulheres historicamente desempregadas e socialmente sobrantes nos meios de produção. Estamos aí diante de uma questão filosófica e de educação por excelência, ligada ao problema da possibilidade, do sentido, do valor e dos limites do trabalho. A metodologia da pesquisa-ação, cuja referência principal foi Fals Borda (2007, p. 103), permitiu que refletíssemos sobre “la justicia de las mayorías hoy ausentes, explotadas, ignoradas y sin voz lo cual llevaría a trabajos bastantes originales y, ante todo, útiles para la sociedad”. O método dialético permitiu reconstituir o movimento dos múltiplos determinantes que sintetizaram a possibilidade de alterações qualitativas em parte do contingente em questão. Concluímos basicamente que: a) a metodologia adotada nos possibilitou reflexões em torno da problemática mais próximas da realidade; b) as mulheres do MTD são sujeitos sociais mesmo que na condição de sobrantes, porque lutam e se organizam num Movimento Social por trabalho, educação e moradia; c) a educação necessária a estas mulheres precisa ir além, sendo necessário articular este processo à luta maior dos trabalhadores pela superação do capital. Defendemos, portanto, a tese de que a educação necessária é fundamentada no trabalho necessário socialmente útil, e não trabalho alienado, como valor de troca numa inserção subordinada ao capital. O educar, nesta tese, é para e no trabalho que liberta e se apresenta como valor de uso, capaz de criativamente construir processos de trabalho. Por fim, e não menos importante, esta tese pretende criar alternativas populares de transformação das estruturas sociais que tornam tal ‘vida’ exigente de ser sempre ‘melhorada’. Este fundamento teórico e político nem sempre se realizava na prática e transformava em ação social. |