Gênese dos serpentinitos e esteatitos do Complexo Passo Feio (RS-Brasil) : evidências mineralógicas, geoquímicas e isotópicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Thamy Lara de
Orientador(a): Remus, Marcus Vinicius Dorneles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221352
Resumo: Os serpentinitos são rochas adequadas para a pesquisa da natureza e origem dos fluidos que hidrataram a rocha ultramáfica. No Complexo Passo Feio (PFC) ocorreram transformações intensas que obliteraram as características primárias das rochas ultramáficas e máficas. Neste contexto, destacam-se eventos de metamorfismo e de deformação que levaram a modificações da mineralogia, estruturas e texturas primárias. Verifica-se que além da serpentinização e deformações, ocorreu uma intensa carbonatação dos serpentinitos com a formação de ophicarbonatos e esteatitos. A identificação da carbonatação nestas rochas destaca o potencial deste processo como um mecanismo de sequestro do CO2. As modificações mineralógicas, químicas e isotópicas são analisadas em detalhe, através de espectrometria de fluorescência de Raios-X, microssonda eletrônica, microscopia eletrônica de varredura, catodoluminescência, laser ablation (datação U-Pb) e isótopos estáveis de C e O em carbonatos. Outras técnicas empregadas permitiram a aquisição de dados diferenciados, como laser ablation diretamente sobre a lâmina delgada para obtenção de elementos traços e terras raras (REE) e isótopos estáveis em silicatos apresentados nesta tese em parceria com o ETH. Para um melhor entendimento dos eventos que afetaram a área e origem das rochas fontes, datações em zircões de anfibolitos, clorititos e xistos são correlacionadas a processos e eventos. Os novos dados de datação, obtidos no decurso da tese e analisados em conjunto com os dados existentes na área de estudo, permitem a proposição de um modelo tectônico e a indicação de um novo limite para o PFC e do terreno São Gabriel. As idades mesoproterozóicas em zircão são dados pioneiros adquiridos para a área, bem como a identificação dos sulfetos de níquel e cobre associados com a carbonatação. A partir da interpretação dos dados de isótopos estáveis adquiridos em carbonatos e silicatos foi possível a proposição da origem metamórfica dos fluidos serpentinizantes e mista ígnea-metamórfica para os fluidos da carbonatação. Os resultados obtidos permitem correlacionar os eventos de metamorfismo regional da fácies anfibolito inferior (M1) com a serpentinização e o metamorfismo de contato da fácies xisto verde (M2) com a carbonatação. As análises dos espinélios reforçam a intensidade das modificações dos eventos principais nas rochas ultramáficas, sendo rara a identificação de um núcleo ígneo ainda preservado. Através da química de rocha total e mineral, sugere-se um protólito dunítico/harzburgitíco para a rocha ultramáfica original e um ambiente tectônico de formação de arco. Em termos químicos e isotópicoso PFC apresenta um comportamento similar e comparável com outros complexos ultramáficos serpentinizados e carbonatados mundiais. A tese traz novos dados geocronológicos e geoquímicos para as unidades metamórficas do Escudo Sul-Riograndense, com foco na região de Caçapava do Sul-RS e tem como objetivo contribuir para o entendimento da evolução petrológica das rochas ultramáficas e tectônica da área em conformidade com trabalhos anteriormente publicados em temas correlatos na região de estudo.