Vulnerabilidade, capacitações e meios de vida dos pecuaristas de corte da Campanha Meridional e Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Matte, Alessandra
Orientador(a): Waquil, Paulo Dabdab
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/79026
Resumo: Este estudo visa compreender quais são os fatores de vulnerabilidade que impactam sobre as capacitações e os meios de vida das populações rurais. Nesse sentido, o estudo versou sobre o tema da vulnerabilidade desde uma perspectiva multidimensional, procurando dar ênfase na compreensão dos múltiplos fatores que provocam situações de vulnerabilidade na pecuária de corte, fragilizando os meios de vida dos pecuaristas e limitando o exercício das capacitações, verificando, com isso, como os pecuaristas de corte têm enfrentado ou se adaptado às situações causadas pelos múltiplos fatores de vulnerabilidade que estão expostos. De tal forma, o objetivo do trabalho consiste em compreender como a vulnerabilidade age sobre as capacitações e meios de vida dos pecuaristas de corte da Campanha Meridional e Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul, e como esses criam estratégias de enfrentamento ou adaptação aos efeitos das situações de vulnerabilidade que estão expostos. Assim, três hipóteses orientarão a pesquisa. A primeira afirma que o meio de vida da pecuária de corte é formado por um portfólio de ativos, composto por fatores internos e externos ao estabelecimento. A segunda sustenta que a vulnerabilidade está relacionada tanto a fatores externos como a fatores internos aos estabelecimentos de pecuária de corte, e os impactos desses fatores provém de suas combinações e atuação conjunta, porém, afetam primeiramente os meios de vida dos pecuaristas comprometendo o exercício das capacitações. A terceira hipótese afirma que as estratégias envolvendo o enfrentamento às situações de vulnerabilidade são estratégias de reação que estão relacionadas à maior (e não total) restrição ao acesso e a mobilização de ativos que compõem o meio de vida e, por conta disso, limitam os pecuaristas a exercerem suas capacitações e seu meio de vida. Já as estratégias de adaptação são estratégias reativas que estão relacionadas à maior (e não total) disponibilidade e acesso de ativos, o que permite aos pecuaristas anteciparem a sua capacidade de escolha para construir soluções de adaptação às situações de vulnerabilidade. Portanto, são as estratégias de adaptação que permitem ampliar a expansão dos intitulamentos criando as condições para a própria realização das capacitações e dos meios de vida. A amplitude desse estudo mereceu a utilização de entrevista semiestruturada como principal técnica de pesquisa, com um roteiro de questões abertas, fechadas e de múltipla escolha, de caráter qualitativo e quantitativo. Assim, foram aplicadas 60 entrevistas com pecuaristas de corte dos municípios de Bagé e Dom Pedrito localizados na microrregião Campanha Meridional, e Piratini e Pinheiro Machado situados na microrregião Serra do Sudeste, no Rio Grande do Sul. De modo geral, os resultados dessa pesquisa confirmam as hipóteses iniciais. Nesse sentido, foi identificado que a vulnerabilidade para os pecuaristas de corte consiste em uma situação de ausência de liberdade de escolha, causada por uma carência no acesso a alguns ativos, limitando, assim, o exercício das capacitações e provocando situações de incerteza quanto aos seus meios de vida. Sendo assim, os principais fatores de vulnerabilidade identificados são: período de verão (98%), problemas sanitários da pecuária (87%), período de inverno (83%), expansão da silvicultura (82%), dificuldade de contratação de mão de obra (78%) e ausência de sucessor (77%). Desse modo, a liberdade para escolher a melhor estratégia para enfrentar ou se adaptar às situações de vulnerabilidade fica restrita aos meios de vida de cada família, pois é a disponibilidade de ativos que vai possibilitar aos indivíduos expandir ou restringir suas capacitações individuais.